熱門搜索

CONSTRUIR · PARTILHAR · LEGAR

O website lançou Programa de partilha de imagens "Minha Memória de Macau", que visa incentivar os residentes a capturar, através da sua perspectiva, momentos preciosos da vida, instantes subtis e comoventes, integrando as suas experiências pessoais na memória coletiva da cidade.

>>Ir à página

Mais

Os termos e serviços do website “Memória de Macau” já foram atualizados. Clique >>consultar para conhecer o novo conteúdo. O contínuo de uso significa que os aceitou. Em caso de dúvida, seja bem-vindo de contactar connosco.

Mais

O projecto “Memória de Macau” foi galardoado com “Estrela de Descobrimento” do “Prémio Global 2024 para Casos Inovadores em Educação do Património Mundial (AWHEIC)”.

Mais

Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic

Mais

Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.

Mais

1572

Doutor em direito civil e eclesiástico, missionário. Muitos autores, deslumbrados com a figura de Matteo Ricci, esquecem o valor de Ruggieri e de Pantoja. Pompílio Ruggieri, chamado Miguel desde o seu ingresso na Companhia de Jesus, a 28 de Outubro de 1572, nasceu em Sipazzola, Apúlia (aliás, Cápua), em 1543. Durante doze anos, estudou direito civil e canónico e (como refere um documento da época) “tinha sido ouvidor em Nápoles; e porque D. João d’Austria mandou enforcar em Nápoles a hum ouvidor seu companheiro por prender a hum homiziado – non obstante ter D. João dado perdão a todo homiziado que se quisesse achar na batalha naval – o Padre, com este exemplo cortado, deixou o mundo, entrou na Companhia [em 1572] onde estudou teologia [ano e meio]. Alcançou-lhe o padre Everardo despensação da irregularidade da justiça”. Ordenouse sacerdote, a 24 de Março de 1578, pouco antes de partir para o Oriente com Ricci, Pasio e Rodolfo Aquaviva. O visitador Valignano pediu um jesuíta para iniciar a missão da China, e o provincial Rui Vicente notificou Ruggieri, a 12 de Abril de 1579. Chegou a Macau por volta de 20 de Julho de 1579, duas semanas depois de Valignano ter partido de Macau para o Japão (7 de Julho de 1579). O então estudante Francisco Pires, que chegou a Macau, em Julho de 1581, com Pedro Gómez e outros jesuítas, deixou escrito, nas suas memórias, Pontos do que me alembrar, o seguinte: “Achamos aqui [em Macau] mais o padre Miguel Rogério, da missão da China, napolitano […]. Pedindo o padre visitador Alexandre [Valignano] daqui ao padre provincial [da Índia] hum padre pera aprender a língoa china, o provincial o mandou pera isso embarcar em Cochin na nao de D. Miguel da Gama, anno de 79. Logo aqui, com esmolas que lhe derão os portugueses, fez huma Casa de Catecúmenos […]. Fez logo hum cathecismo que lhe fez en letra china hum letrado christão que aqui fez [cristão], o qual, tendo esperança de num exame alcançar grao, permitio Deus (parece que pera lhe dar o de cristão) que o não alcançasse. Do que a molher desesperada se enforcou, e elle, envergonhado, deixando a casa se encontrou com o padre, que o recebeo beninamente. Esteve por mestre alguns annos. Mandou o padre emprimir o Cathecismo en letra sínica, que logo foi espalhado pola China, à fama do qual vinhão muitos ter com o padre quando hia com os portugueses a Cantão. Eu fui huma feira com elle. Deu-lhe o Aitão huma casinha com hum páteo no campo dos siames, onde estivemos dous meses que durou a feira. Aqui dizia missa aos portugueses. Gastava o tempo em aprender a língoa sínica e satisfazer as dúvidas dos letrados que lhe vinão pôr, movidos do Cathecismo. Andava buscando modo pera ficar lá huma vez de asento, mas não foi por então posível. Tornou o Dezembro de 81 com os portugueses para Macau”. Pedro Gómez, por sua vez, pouco depois de chegar a Macau, escreveu ao geral Mercuriano, misturando o espanhol com o português: “O padre Miguel Rugerio, napolitano, que V.P. mandó a la India, está aqui de asiento por orden del padre visitador [Valignano], desocupado de todos los negocios, para que todo se dê a aprender las letras y lengua de la China […]. Está aprovechado en la lengua. Sabe ya, según me dixo, algunas doze mil letras; porque los chinas tienen algunas ochenta mil. Es conocido de los mandarines, que son los governadores da China, porque saben que se ocupa en sus letras. Hízose, en un canto del sitio deste collegio, huna casa con sus celdas para los chinas catecúmenos, y en esta casa posa el padre Rugerio con algunos chinas que se hazen christianos; y a todos se da de comer de lemosna. Esperamos en nuestro Señor que lo tomará por instrumento para esta conversión tan deseada de la China, la qual, si se comiença, afirmo a V.P. que en parte ha de hazer olvidar a Japón. 0 padre Rugerio y yo, estos meses que aquí estoy, nos ocupamos em hazer huma breve historia del Principio del Mundo, que sirva juntamente de doutrina christiana, por modo de diálogo, para trasladarla em léngoa de China, a qual alvoroça muito al padre Rugerio, porque le parece que Dios se ha mucho de servir della”. Pedro Gómez participou durante quase dois anos, com Ruggieri na elaboração deste catecismo, anterior ao de Ricci, e, como refere um documento da época, “obra de los padres Pedro Gómez y Miguel Ruggieri para ser traducida a la lengua china”. Foi impresso em Novembro de 1584 e, da primeira tiragem, foram editados 1.200 exemplares. De facto, em 1581 e 1582, Ruggieri foi quatro vezes a Cantão com os comerciantes portugueses. Nestes anos, Ruggieri propôs a Valignano que mandasse vir Matteo Ricci de Goa para a missão da China. Ricci chegou a Macau a 7 de Agosto de 1582. Em Novembro, o tutão de Zhaoqing 肇慶 enviou um mandarinete a Macau para chamar Ruggeri para lhe dar casa. Apresentaramse Pasio, enquanto superior, Ruggieri e Ricci, com ordens de Valignano no sentido de que, se Ruggieri se instalasse, Ricci fosse para o Japão e, em caso contrário, que Ruggieri e Pasio fossem para o Japão e Ricci ficasse na China. Em Maio de 1583, o tutão de Zhaoqing 肇 慶 fê-los regressar a Macau, porque cessava as suas funções de tutão, e recomendou-lhes que se apresentassem ao próximo tutão, seu inimigo que, sem dúvida, os tornaria a admitir para contradizer o seu predecessor. Assim sucedeu: Ruggieri foi para Zhaoqing 肇慶 com Ricci e, no mesmo ano, voltou, por um breve período, a Macau. Em 1585, os padres Duarte de Sande, como superior, e António de Almeida, entraram na China. Sande e Ricci ficaram em Zhaoqing 肇慶, enquanto Ruggieri e Almeida viajavam oito ou nove meses pelo interior da China, deixando fundadas algumas cristandades. Em 1587, Ruggieri, Sande e Ricci foram obrigados a voltar para Macau. Em 1588, o visitador Valignano determinou que Ruggieri regressasse à Europa, para tratar com o Geral da situação da missão chinesa e para preparar uma embaixada pontifícia a Pequim (Beijing 北京). Como refere um documento da época: “Rogerio partió deste puerto de la China en el mes de noviembre del año de 88 para se embarcar en una nave de Portugal que estava en Malaca, para ir a Roma […]; no ubo más que dos dias de tiempo desde que llegó asta se partir la nave [de Malaca]”. De Ruggieri se escreveu então (Outubro de 1586) que tinha 45 anos, com forças normais, mas que estava mal disposto do estômago e com dores de cabeça. Havia sido companheiro do procurador e superior da missão da China. Deve referir-se que Ruggieri foi o verdadeiro fundador da missão chinesa. A sua entrega incondicional à cultura chinesa frutificou na amizade com o mundo das letras e da política e deixou abertas, para Ricci e para os seus companheiros, as portas da evangelização. O seu regresso a Itália foi definitivo, o que representou uma grande perda para a missão da China e um benefício para as letras e as ciências dos estudantes jesuítas de Salerno, onde Ruggiero ocupou várias cátedras, incluindo a das matemáticas. Faleceu, nesta cidade, a 11 de Maio de 1607. [J.R.M.] Bibliografia: D’ELIA, Pasquale, Fonti Ricciane, 3 vols., (Roma, 1942-1949); DEHERGNE, Joseph, Répertoire des Jésuites de Chine de 1552 à 1800, (Roma, 1973) ; SCHÜTTE, Joseph F., Introductio ad Historiam Societatis Jesu in Japponia, 1549-1650, (Roma, 1968).

1594

No dia 28 de Outubro de 1594, Carta Ânua, a primeira do Colégio de Macau e, por isso, da maior importância documental. Assinada por Duarte de Sande S.J.. (In: Archivum Romanum Societatis Iesu (ARSI), Jap- Sin, 52, fl. 40V – 46).

1781

No dia 28 de Outubro de 1781, os comerciantes costumavam tomar da Santa Casa dinheiro a responder a juros (20%), a risco de mar, sendo um dos mais ousados o comerciante Joaquim Carneiro Machado Castelo Branco que tomou 4 000 taeis, a responder para a Costa da Cochinchina, Malaca e portos malaios até Batávia no seu navio N. Srª do Amparo e Almas Santas.

1871

Kiang Wu (Jinghu 鏡湖) significa em tradução literal Lago do Espelho, designação que poderá estar ligada àreflexão da luz sobre as águas da Praia Grande. Localiza-se em pleno coração de Macau e foi fundado no século XIX, com carácter privado, pertencendo a uma associação de beneficência. A pedra inaugural contém uma inscrição que refere a data de 28 de Outubro de 1871 como tendo sido o início da construção da instituição e ter sido o terreno registado na Conservatória por Sam Wong (Shen Wang 沈旺), Chou Iau (Cao You 曹有), Tak Fung (De Feng 德豐) e Wong Lok (Wang Lu 王祿). O Kiang Wu (Jinghu 鏡湖) foi, desde início, mais do que um hospital, porque se propunha socorrer doentes, tanto pela hospitalização, como através das consultas. Nos seus propósitos incluía ainda a existência da escola médica e de enfermagem e a atribuição de subsídios que ajudassem a combater epidemias, cataclismos, fomes que tivessem lugar em Macau ou em outros lugares onde houvesse população chinesa. Um outro aspecto que também contemplava era responder pelos ritos culturais e cerimónias fúnebres, bem como representar o Grémio dos comerciantes que embora não recebessem qualquer remuneração por serem eleitos membros da Comissão da Associação, tal constituía uma prova de distinção social. Em 1874, formou-se uma Comissão Administrativa composta por dezasseis vogais, quatro com funções directivas e doze com atribuições auxiliares. Em 1880, foi oferecido ao hospital o valor de 69.305, 80 patacas para construir o muro, aplanar o terreno, montar a farmácia, casa de alienados, casa mortuária, cozinha, retretes, etc. Durante a década de oitenta,o hospital socorreu diversas vítimas de calamidades naturais ou até de naufrágio, tratando feridos e enviando apoio para os sinistrados. Existe o registo das receitas e despesas entre 1871 e 1880. O edifício do hospital começou por ser uma construção em estilo chinês, com o seu hall servindo de templo e de sala de comemorações e tendo ao lado o espaço de consultas que eram efectuadas por mestres chinas. Segundo Luís Gonzaga Gomes, o Conde de Arnoso, Bernardo Pinheiro Correia de Melo, que esteve em Macau no século XIX a caminho de Pequim, foi a primeira pessoa a falar do hospital chinês existente em Macau. O referido político conheceu as instalações anteriores àconstrução do edifício que ainda hoje existe na cidade. Nas suas memórias escritas em 1895 e publicadas com o título de Jornadas pelo Mundo pela Companhia Portuguesa, editadas no Porto em 1916, referia que o hospital era sustentado por chineses ricos e tinha o aspecto físico de um templo. Existia uma parte com uma grande mesa e pelas paredes havia sentenças esculpidas em mármore. Nessa mesma sala encontrava-se uma estátua de Buda. Entre esta ala e o hospital propriamente dito existia um jardim. Dos dois lados de compridos corredores situavam-se os quartos. Era sobretudo um hospital para gente pobre, pois mesmo os chineses católicos, mais ligados à comunidade portuguesa, tinham muita relutância a serem tratados por europeus. Ao longo do tempo o prédio foi sofrendo sucessivas obras de reconstrução e beneficiação. Assim, mais tarde, o hospital veio a transformar-se num edifício em estilo europeu dispondo de várias enfermarias. A prática de medicina ali levada a cabo continuava a ser tipicamente chinesa, com os mestres chinas sem grandes habilitações, aspecto muito criticado pelos médicos portugueses que trabalhavam no Hospital de S. Rafael e directamente ligados à Administração Portuguesa. Do corpo hospitalar do Kiang Wu (Jinghu 鏡湖) também faziam parte um médico habilitado pela Escola Americana de Cantão e pessoal de enfermagem igualmente formado por essa escola. No século XIX, era o hospital de maior movimento de Macau e onde a taxa de mortalidade era a mais significativa. Tendo sido proibida, pelo Regulamento dos Serviços de Saúde de 1896, a hospitalização de doentes infecto-contagiosos nos hospitais gerais, passou a ter uma barraca de isolamento na ilha Lapa, onde os chineses eram tratados pelos seus mestres. Por incumbência oficial o delegado de Saúde da cidade, um médico português, tinha a obrigação de verificar os óbitos ocorridos no hospital chinês. Assim, todas as manhãs faziam a verificação no necrotério, onde um funcionário, com uma lista escrita em língua sínica ia traduzindo as causas da morte. O médico registava-os e depois passava as certidões de óbito. O diagnóstico revela-se sempre obscuro, pois o abismo entre as duas culturas era significativo, como ainda hoje acontece. Em 1883, era relatado que o número de óbitos no Kiang Wu (Jinghu 鏡湖) era superior ao do seu congénere Conde de S. Januário. O subscritor do artigo, Dr. Lúcio da Silva, referia que tal era devido às fracas condições de higiene. No entanto, a mesma instituição tinha acções de grande oportunidade junto da população como era a campanha de vacinação de crianças realizada na mesma época em que o artigo foi redigido. Apesar de toda a obra de solidariedade levada a cabo, a prática médica existente no hospital continuava a gerar controvérsia, muitas vezes alimentada pelos órgãos de informação. Foi o caso de um artigo publicado pelo Echo Macaense, em 19 de Dezembro de 1893, onde informava haver muitas críticas quanto à administração do hospital, nomeadamente sobre o que deveria ser essa instituição para a população de Macau de menores recursos. No artigo salientava-se que os médicos da medicina tradicional chinesa que ali trabalhavam tinham fracas habilitações académicas, sugerindo que alguns doentes, desde que tivessem a aprovação da Administração podiam ficar, mesmo sem ser indigentes. O mesmo artigo referia que o aparecimento da Associação de BeneficênciaTung Sin Tong (Tongshan Tang 同善堂) tinha acontecido devido ao falhanço ou desvirtuamento dos objectivos inicialmente propostos pela Comissão dirigente do Kiang Wu (Jinghu 鏡湖). Sobre a falta de higiene e a elevada taxa de mortalidade o mesmo disse, anos mais tarde, Manuel Leite Machado, um médico militar português que, em 1912, foi destacado para prestar serviço em Macau e em Timor. O gráfico apresentado sobre os doentes que entraram, saíram ou faleceram no ano de 1910 indicava a percentagem de 58,2% de óbitos. Tal era de facto muito alta, mesmo para os padrões da época, servindo de comparação o mesmo tipo de estudo efectuado no Hospital do Estado S. Rafael. A constatação do índice de óbitos já tinha sido alvo de análise em 1897 quando o Regulamento dos Serviços de Saúde pretendeu intervir nesses serviços, proibindo que ali fossem tratados europeus e seus descendentes e decidido que o chefe dos Serviços de Saúde pudesse interrogar e observar doentes, sem haver intervenção directa no seu tratamento. Em 1905, o hospital era descrito como estando muito limpo e com uma farmácia bem apetrechada que continha medicamentos chineses e europeus. Sensivelmente nessa época apareceram duas pessoas em Macau, ligadas à Medicina, que vieram alterar o curso dos acontecimentos no Hospital. Uma delas foi o introdutor da medicina ocidental no KiangWu (Jinghu 鏡湖), Dr. Sun Yat-Sen (Sun Yixian 孫逸仙), fundador da República Chinesa e o outro foi o clínico português, Dr. José Caetano Soares, que pelo seu prestígio conseguiu montar uma maternidade no Hospital S. Rafael e fez com que muitos chineses recorressem a essa instituição, perdendo gradualmente o receio de serem tratados por clínicos e Medicina europeia. Sobre o primeiro não existem muitas informações sobre a sua permanência em Macau. No entanto, esteve a viver na cidade após a conclusão do curso de Medicina e Cirurgia no Hong Kong College of Medicine. Além de trabalhar no hospital, Sun Yat-Sen (Sun Yixian 孫逸仙) era activo redactor do suplemento chinês do Echo Macaense. Em 1892, solicitou ao hospital um empréstimo de 1.440 taeis para montar uma farmácia sino-europeia. Contraiu um outro empréstimo no montante de 1728 taéis em 1896, ficando Ng Chit Mei (Wu Jiewei吳節薇) como seu fiador. O referido médico foi pessoalmente ao hospital em 1919 para saldar a dívida definitivamente. Durante os anos seguintes continuou o hospital na sua linha de beneficência social, salientando-se a título de exemplo, a fome em Guangdong廣東 em 1896 ou a fundação de cinco escolas gratuitas em Macau, nomeadamente: San Po Tau (Xinbutou 新埠頭), Ma Chou Tei (Maicaodi 賣草地), Sei Hang Mei (Shuikengwei 水坑尾), San Kiu (Xinqiao 新橋) e Sin Seng Kai (Xinshengjie 新勝街) ou, ainda, em 1900, quando grassou grande fome em Pequim. Em todas as situações referidas a Associação de Beneficência do Kiang Wu (Jinghu 鏡湖) actuou de forma notável. Em 1910, o chefe dos Serviços de Saúde, Dr. Expectação de Almeida, escrevia no seu relatório que o Kiang Wu (Jinghu 鏡湖) representava uma das mais afamadas instituições de beneficência da comunidade chinesa. Como qualquer hospedaria, o hospital limitava-se a enviar à Procuradoria Administrativa dos Negócios Sínicos a relação do seu movimento periódico. Em 1920, foi inaugurado o novo edifício pelo Governador Comandante Henrique Correia da Silva. Já na época eram importantes os recursos que dispunha, sensivelmente entre 25.000 a 30.000 patacas anuais, para além do subsídio do Governo e do Leal Senado. O novo edifício foi inaugurado a 12 de Janeiro de 1920. As receitas provinham dos prédios da Associação, do subsídio anual da Assistência Pública, do rendimento do hospital e farmácia, de bazares, rifas e representações teatrais. Foi igualmente nessa época que o hospital elaborou um novo sistema de pagamento para as várias classes de doentes. Em 1933, transferiu a casa mortuária para um local em frente ao Canídromo. Fundou uma Associação Funerária, contribuindo os seus membros mensalmente para o seu caixão e enterro. Ainda nesse ano fundou a Sociedade de Socorro aos Feridos do Hospital, cujo Regulamento foi aprovado por Portaria n.º 1116, publicada no Boletim Oficial n.º 17 de 1933. Em 1942, foi elaborado um novo Regulamento para a sua Associação, aprovado pelo Governo, ficando registado com o nome de Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu (Jinghu Yiyuan 鏡湖醫院). De acordo com esse texto o presidente era eleito por um ano e o trabalho ficou dividido em oito secções: Secretaria Geral, Farmácia, Finanças, Consultas, Obras, Educação, Auxílio Social, e Rendas de Bens imóveis. A Comissão Administrativa passou a ser composta de vinte e sete membros: doze formavam a direcção propriamente dita e quinze a direcção permanente de serviço. Dois anos depois, foi novamente reorganizada tornando-se mais eficiente. Em 1947, a Associação foi considerada de utilidade pública pela portaria governamental n.º 4321. Os grandes objectivos dela continuavam a ser prestar assistência a doentes pobres, assistir às parturientes na maternidade, manter escolas gratuitas para gente carenciada, bem como uma escola de enfermagem e obstetrícia, manter um necrotério e uma agência funerária, dar sepultura aos pobres e praticar actos de assistência social sempre que fosse necessário. Em 1930, o Presidente da Direcção do Hospital Kiang Wu (Jinghu Yiyuan 鏡湖醫院) solicitou e obteve a concessão de um terreno, na Estrada Coelho do Amaral, para ser construído um necrotério. A escola de enfermagem possibilitou que jovens tirassem o curso de parteiras com a duração de um ano e, actualmente, a referida escola possui uma Biblioteca cujo acervo se destaca no panorama clínico de Macau, possuindo cerca de 4000 livros, a maioria em chinês e os restantes em inglês, versando diversos assuntos como Enfermagem, Medicina, Ética, Psicologia, Sociologia, Gestão, Educação, Dicionários,etc.. Recebem periódicos da China, Taiwan, Estados Unidos e Inglaterra. A parte académica do hospital actualmente encontra-se ligada à Universidade de Jinan (Jinan Daxue 暨南大學)(China). O protector do hospital (Jinghu Yiyuan 鏡湖醫院) é o célebre cirurgião Hua-Tó (Huatuo 華陀), edificado após a sua morte e adorado em vários altares de templos em Macau. Na esfera privada a Associação de Beneficência do Hospital de Kiang Wu (Jinghu Yiyuan 鏡湖醫院) juntamente com outras instituições como a Diocese de Macau, a STDM e a Fundação Oriente constituem o leque dos maiores titulares de terrenos do território. [A.N.M.]Bibliografia: CARVALHO, João, “Notas para a História da Medicina em Macau”, in Revista Macau, 2.ª série, n.° 85, (Macau, Maio 1999), pp. 24-29; COSTA, P.J. Peregrino da, Medicina Portuguesa no Extremo-Oriente, Sião, Molucas, Japão, Cochinchina, Pequim e Macau, Séculos XVI a XX, CCCM-CID, cota MCAH/LR/0321/H.G6; COUTINHO, Paulo, “Macau aos Quarteirões”, in Revista Macau, 2.ª série, n.° 69, (Macau, Jan. 98), pp. 36-51; GOMES, Luís Gonzaga, Achegas para a História do Hospital Kiang Wu, CCCM-CID, cota LGG.MNL.RI.LGG 15-cx 1; TEIXEIRA, Padre Manuel, A Medicina em Macau, vols. I e II, (Macau, 1974).

1875

No dia 28 de Outubro de 1875, pela forma como se desempenhou da missão de negociar com o governo de Cantão as pautas alfandegárias, foi louvado o Capitão dos Portos, João Eduardo Scarnichia.

1882

No dia 28 de Fevereiro de 1882, principiou a publicação do Semanário político, literário e noticioso O Macaense, impresso na Tipografia Popular e, depois, na Mercantil, sendo seu editor e redactor principal Manuel José Maria Gonçalves da Silva. Este Semanário terminou a sua publicação em 28 de Outubro de 1886 (com pausa de Setembro de 1884 a Junho de 1885).

1886

Nascido em Ponte da Barca, Portugal, no ano de 1850, Manuel da Silva viaja para Macau aos seis anos de idade, acompanhando o seu pai, que aí fora colocado em missão militar. Em 1862, Manuel da Silva torna-se o único aluno interno do Colégio de S. José, desempenhando posteriormente as funções de professor primário e escriturário no Seminário e de procurador dos Bens das Missões Portuguesas na China, de membro da Comissão Directiva do Colégio de Santa Rosa de Lima, de secretário dos Benfeitores da Caridade e de presidente da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte. Manuel da Silva casa, em 1 de Fevereiro de 1873, com Maria Francisca de Almeida Marques e em 1882 funda o semanário Macaense, cujo último número sai em 28 de Outubro de 1886, cerca de um ano após o seu falecimento em Macau. [R.M.P.] Bibliografia: Notícia necrológica, Correio Macaense, n.º 112, (Macau, 27-10-1885); FORJAZ, Jorge, Famílias Macaenses, vol. 3, (Macau, 1996); TEIXEIRA, Padre Manuel, Imprensa Periódica Portuguesa no Extremo Oriente, (Macau, 1965); TEIXEIRA, Padre Manuel, “Bispos, Missionários, Igrejas e Escolas”, in Macau e a sua Diocese, vol. 12, (Macau, 1976).

1925

No dia 28 de Outubro de 1925, é organizada festa imponente da entrega da Comenda da Ordem de S. Gregório Magno, concedida pelo Papa Pio XI ao advogado macaense Francisco Xavier Anacleto da Silva, Senador por Macau.

1930

Pelo Anúncio de 24 de Julho de 1930, a Direcção dos Serviços de Fazenda e Contabilidade faz público que se precederá a arrematação do exclusivo do jogo de Fantan em Macau, pelo tempo de 5 anos, a decorrer desde 1 de Fevereiro de 1931 a 31 de Janeiro de 1936, estipulando 15 condições. Nesta data foi proposto o preço mais alto em $1.266.000, mas não foi aprovado. assim que é determinada a nova arremação a 8 de Novembro.

1944

O Diploma Legislativo n.º 859 de 7 de Outubro de 1944 regula a cobrança do imposto especial de 5 por cento, a importância total das contas, pagas nos hotéis, botequins, hospedarias, casas de pasto , salões de dança, pastelarias, bonfeitarias e casas de chá.

Mais

Aviso Importante: Anúncio sobre a actualização dos "Termos e Serviços" do website de Cultura e História "Memória de Macau"

Caros membros do website "Memória de Macau", olá!

Agradecemos o vosso apoio e confiança ao longo do tempo ao website de Cultura e História "Memória de Macau". A fim de otimizar a qualidade dos serviços a prestar aos membros e proteger os seus direitos e interesses, será implementada, oficialmente, uma nova versão dos "Termos e Serviços" que entrou em vigor a 28 de Abril de 2025. Por favor, leiam o texto completo da versão actualizada. O conteúdo pode ser consultado aqui:

👉 Clique aqui para tomar conhecimento da versão actualizada dos "Termos e Serviços"

Li, concordo e aceito o conteúdo actualizado dos "Termos e Serviços".

Caso tenha alguma dúvida sobre a versão atualizada, não hesite em contactar-nos.

Agradecemos o vosso contínuo apoio e confiança. O website de Cultura e História "Memória de Macau" continuará a prestar serviços aos seus membros de forma segura e conveniente.

Com os melhores cumprimentos,

Website de Cultura e História "Memória de Macau"

Data de actualização: 28 de Abril de 2025

Pesquisa avançada

Palavra-chave

    Tópico

    Tipo

    Local

    Período

    Instruções de uso

    Pesquisar em todo o site

    Login