Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515

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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic
Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.
No dia 4 de Dezembro de 1705, chegada a Pequim do Patriarca de Antioquia, Carlos Tomás Maillard de Tournon, comissário e visitador apostólico. Hospedou-se em uma das três casas que os jesuítas tinham ali nesse tempo e que era a mais próxima do palácio imperial. O Imperador mandou-o cumprimentar, nesse mesmo dia, por três mandarins de terceira ordem, ordenando ao mesmo tempo que lhe fossem fornecidas e aos seus familiares as provisões necessárias, durante a sua estada em Pequim. o Imperador Hong-Hei (K’ang-hsi) recebeu pela primeira vez, em audiência, o Patriarca de Antioquia, Carlos Tomás Maillard de Tournon, em 31 de Dezembro de 1705.
(4 de Janeiro de 1769) Carta do Governador Saldanha ao Senado, requerendo uma vistoria ao palácio que se fez para residência dos governadores; foi incumbido dela o juiz ordinário João Carlos Dias, que foi fazê-la com dois carpinteiros e pedreiros; ficou tudo registado, remetendo-se uma cópia ao Vice-Rei. A 25 de Fevereiro, aparece no Senado o construtor do palácio, Luís Coelho, que disse que fora encarregado da obra em 1767, a qual se achava concluída e que vinha trazer as chaves; pedia que lhe pagassem as despesas. Acrescentou que ele possuía duas casinhas junto ao palácio do governo e perguntava se o Senado as queria comprar. O Senado tomou conta do palácio e pôs lá um guarda. A 4 de Março (de 1769), o Senado manda tomar conta do palácio e pagar o resto da factura. No entanto morre Luís Coelho neste ano de 1769, sendo as duas casinhas herdades pelo seu genro Manuel Ferreira da Fonseca. A 31 de Dezembro (de 1769), o vereador João Carlos Dias disse “que junto ao Palácio que se fez, para assistência dos governadores se achão humas casinhas, que Manoel Pereira da Fonseca offereceo a este Senado pelo mesmo preço que lhe custarão, as quais ficarão do deffunto seo sogro Luís Coelho, e que parecia conveniente comprallas este Senado para serventia e honra do dito Palácio; forão todos de uniforme parecer que se tomassem (excepto Manoel Fernandes Salgado)”.
Filho do oficial da Marinha Isidoro Francisco Guimarães e de Maria Gertrudes Ferreira Souto, Isidoro Guimarães nasceu em Lisboa no dia 29 de Abril de 1808. Seguiu a carreira militar na Marinha, o que não o impediu de completar os cursos de Matemática e Filosofia na Universidade de Coimbra. Adepto das ideias liberais, Isidoro Guimarães emigrou para a Galiza, donde partiu para a Inglaterra em Setembro de 1828. Seguiram-se os Açores e o desembarque no Mindelo a 8 de Julho de1832. No mês seguinte, foi nomeado Ajudante de Ordens do Comandante das Forças Navais do Douro e, a partir desta altura, progrediu na sua carreira militar tendo comandado navios importantes, como por exemplo o brigue-escuna Faro, a escuna Amélia, os brigues D. Pedro, Douro e Mondego. A 9 de Agosto de 1849 foi-lhe atribuído o comando da corveta D. João, com o objectivo de realizar uma comissão de serviço que o levou a Angola, Brasil e Macau. Nomeado governador de Macau, tomou posse no dia 19 de Novembro de 1851, tendo permanecido neste cargo cerca de doze anos seguidos, o que foi um contributo importante para garantir a estabilidade política do estabelecimento. Uma outra foi, sem dúvida, o facto de já ter um conhecimento profundo da realidade local, devido à sua permanência em Macau como comandante da corveta D. João I. O seu grande objectivo governativo foi o de garantir a consolidação das conquistas políticas e económicas alcançadas pelo governador João Maria Ferreira do Amaral (1846-1849). Assim, Isidoro Guimarães assumiu, quer a nível interno, quer externo, uma liderança onde se salientou o seu espírito de reformista e de diplomata. O saneamento das finanças de Macau foi uma das primeiras preocupações de Guimarães. A partir de 1856 deixou de socorrer-se das letras enviadas via agência Financial de Londres e viu atingido um dos seus principais objectivos: alcançar o equilíbrio das finanças públicas da Província. Conquista alcançada graças ao facto de ter ao seu dispor novas fontes de rendimento, nomeadamente através da venda de exclusivos: carnes, fantan 番攤, lotaria e ópio cozido. Por outro lado, a actividade comercial girava cada vez mais em torno do tráfico de cules, iniciado no porto de Macau em 1851, assistindo-se também a um incremento de trocas com os portos chineses situados mais a norte, onde pautava uma crescente actividade das lorenas de Macau. Durante a governação de Francisco António Gonçalves Cardoso (1851), antecessor de Guimarães, iniciaram-se contactos não oficiais com as autoridades chinesas no sentido de se tentar o regresso dos comerciantes chineses - hangs 行 - a Macau, por se considerar que a sua saída para Huangpu 黃埔, na sequência da expulsão dos hopos (hubu 戶部) em 1849, estava a ter reflexos negativos na actividade económica do Estabelecimento. Estes contactos prosseguiram durante o governo de Isidoro Guimarães, com o conhecimento do governo de Lisboa e sob a pressão do Leal Senado, que, num relatório datado de 1852 propôs o regresso do hopo {hubu 戶部) e dos hangs 行. A dificuldade em obter resultados imediatos com as reformas económicas introduzidas por Ferreira do Amaral, expressas fundamentalmente em torno da franquia do porto, levava a que a elite s6cio-política da Cidade olhasse para o regresso ao passado como a alternativa possível. Por seu lado, dando resposta às informações que chegavam de Macau, o governo de Lisboa preparou um decreto que abria a porta à reinstalação dos hopos (hubu 戶部), deixando contudo a sua publicação ao cuidado do governador, que seria a pessoa mais bem colocada para julgar, em última instância, sobre a pertinência da decisão. Os contactos mantidos por Isidoro Çuimarães com as autoridades chinesas rapidamente o fizeram compreender que o recuo da administração de Macau face os hopos (hubu 戶部) iria ter implicações políticas que colocariam em causa a autonomia alcançada por João Maria Ferreira do Amaral. Por isso, em Fevereiro de 1853, o governador informou o governo de Lisboa que manteria suspensa aquela legislação enquanto não houvesse certezas inequívocas da necessidade do regresso dos hopos {hubu 戶部) e dos hangs 行 a Macau. Esta decisão exigiu redobrados cuidados no sentido de atingir a saneamento financeiro do Estabelecimento, sob pena de ser acusado de uma má opção quanto à política alfandegária que seguiu. Ao nível da política externa, importa realçar a acção diplomática desenvolvida pelo governo de Isidoro Francisco Guimarães em todo o Extremo Oriente, tendo como objectivo afirmar a presença portuguesa no novo contexto político e económico aberto com a I Guerra do Ópio. Neste sentido, deslocou-se a Banguecoque, onde assinou no dia 10 de Fevereiro de 1859 um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o governo do Sião. No ano seguinte, foi a vez do Japão. Na sequência do processo de abertura deste império ao mundo ocidental Isidoro Guimarães deslocou-se a Iedo, onde assinou também um tratado em nome de Portugal, no dia 3 de Julho de 1860. Mas a sua missão mais difícil revelou-se na obtenção de um acordo com o governo de Pequim. Dificuldades acrescidas, devido à situação política e social que o Celeste Império conheceu ao longo da década de 1850: a revolta Taiping 太平 e as novas Guerras do Ópio (1856-1860), não obstante a política de neutralidade seguida por Macau, não facilitaram o caminho para a celebração de um tratado entre Portugal e a China. Por outro lado, ao contrário das expectativas então alimentadas, não se verificou o apoio da Grã-Bretanha, conforme foi insistentemente solicitado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português. Por isso, só em 1862 é que foi possível alcançar o desejado tratado luso-chinês. Isidoro Francisco Guimarães, acompanhado por António Feliciano Marques Pereira (secretário), João Rodrigues Gonçalves (intérprete) e Jerónimo Osório de Castro Cabral e Albuquerque (adido), chegou a Pequim no dia 9 de Junho de 1862. Ao longo de um difícil processo negocial, Isidoro Guimarães pretendeu garantir as vantagens económicas que a China já havia concedido a outras potências, e ainda obter o reconhecimento de que Macau era território português, como forma de reforçar a autonomia conquistada por Ferreira do Amaral através da sua política do 'facto consumado'. Finalmente, no dia 13 de Agosto de 1862, Isidoro Francisco Guimarães, na sua qualidade de ministro plenipotenciário, e Hang Ki (Heng Qi 恆祺), alto comissário imperial, assinam em Tianjin 天津 um tratado de amizade e comércio. Isidoro Francisco Guimarães regressou a Macau e pediu a demissão das funções governativas que já desempenhava há cerca de doze anos, alegando motivos de saúde, e no dia 29 de Janeiro entregou a governação ao Conselho de Governo, embarcando de seguida para Hong Kong. A sua saída motivou várias manifestações de apreço pelo trabalho que desenvolveu no Território, por parte da comunidade chinesa e portuguesa. Uma vez em Lisboa, Isidoro Guimarães desempenhou as funções de Inspector Geral do Arsenal e Intendência da Marinha de Lisboa. A partir de 1865 iniciou também uma carreira política, ocupando o cargo de deputado durante alguns meses desse ano. Em Setembro foi escolhido para a pasta de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, cargo que desempenhou até 4 de Janeiro de 1868. De Setembro a Novembro de 1865 acumulou ainda com a pasta da Guerra. Depois de deixar as funções governativas, em 31 de Dezembro de 1868, Isidoro Guimarães foi nomeado vogal da Junta Consultiva do Ultramar e passou a vice-presidente no dia 3 de Fevereiro de 1869. Antes, em Janeiro já havia sido indigitado para Director Geral da Marinha. Três anos depois, Isidoro Guimarães virou novamente a sua atenção para Macau, ao presidir a um grupo de trabalho que tinha por missão elaborar um novo plano de organização militar do Território. A 8 de Janeiro tomou posse como Par do Reino. A sua brilhante carreira militar e política valeram-lhe numerosas condecorações, louvores e reconhecimentos pelo trabalho e empenho que sempre demonstrou em todos os cargos que ocupou ao longo da sua vida, como, por exemplo, título do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima (1851), Visconde da Praia Grande de Macau (1862), oficial da Ordem de S. Maurício e S. Lázaro por concessão do rei de Itália, medalhas de D. Pedro e D. Maria, e Ajudante de Campo honorário do rei D. Luís. Isidoro Francisco Guimarães faleceu em Lisboa, no posto de vice-almirante, no dia 17 de Janeiro de 1883. [A.G.D.] Bibliografia: DIAS, Alfredo Gomes, 'Isidoro Francisco Guimariies. Um Governador e Três Tratados', in MacaU, n.o 32,(Macau, 1994), pp.59~65; DIAS, Alfredo Gomes, Sob o Signo da Transição, (Macau, 1998); REGO, José de Carvalho e, Figuras d'Outros Tempos, (Macau, 1994); VASCONCELOS SALDANHA, António; SANTOS ALVES, Jorge (dirs.), Governadores de Macau, (Macau, 2013).
Pelas 20.45 horas (de 31 de Dezembro de 1824) ardeu completamente o primitivo Mosteiro de Santa Clara das religiosas franciscanas clarissas, morrendo uma religiosa de 90 anos de idade, a madre Florentina, e salvando-se 31. O incêndio foi devido ao fogo que se pegou às flores de papel do Presépio, assim engalanado, em honra do Deus Menino. A reconstrução ficou concluída em 1827. Mas a Ordem pouco mais durou, dada a extinção de todas elas em 1834, ano em que as clarissas celebraram o segundo centenário da sua chegada a Macau. (Cfr. esta Cronologia…1827, Novembro, 10).
No dia 31 de Dezembro de 1824, faleceu o grande patriota e benemérito Miguel de Arriaga Brum da Silveira, Desembargador da Casa de Suplicação do Brasil e da Relação de Goa, com exercício de Ouvidor em Macau, ao fim duma prolongada moléstia. Pelos relevantes serviços prestados à província, fora contemplado por D. João VI com a alcaidaria-mor da Vila da Horta (Açores). Está em estudo a sua implicação na introdução do ópio no Brasil. Miguel de Arriaga Brum da Silveira foi Bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra, juiz do crime do bairro da Ribeira em Lisboa, dezembargador do Tribunal da Relação do Índia, com o cargo de ouvidor geral de Macau, cidade onde chegou a 22 de Junho de 1802, aqui residindo até morrer, após uma carreira política que deixou o seu nome indelevelmente ligado à História de Macau, especialmente no desempenho das funções de ouvidor.
Foram os Portugueses que, logo após o seu estabelecimento em Macau, por volta de 1557, trouxeram para o Oriente tipos de imprensa com caracteres latinos. Por intermédio de missionários, foram esses tipos levados para o Japão em 1591, assim como prelos de tipos móveis. Devido a essas impressoras, começaram a aparecer no Império do Sol Nascente algumas obras da literaturae uropeia, traduzidas por esses mesmos padres missionários, que ali montaram as primeiras tipografias. Este facto está relacionado com a introdução de muitos termos portugueses na língua japonesa, embora modificados pela evolução do tempo e pela adaptação à pronúncia nipónica. Quase nada se sabe dos primeiros passos da actividade da imprensa em Macau. Foi aqui, no entanto, que em 1822 foi publicado o primeiro órgão da Imprensa no Extremo Oriente, Abelha da China. Entre 1824 e 1838 surgiram várias publicações, semanais, quinzenais e mensais, quase todas de pouca duração, mas apenas em 5 de Setembro de 1838 apareceu a primeira publicação oficial designada Boletim do Governo de Macau, Timor e Solor. Foram publicados somente cinco números, com uma periodicidade irregular, vindo o último número a ser publicado em 9 de Janeiro de 1839. Em 9 de Abril de 1840, foi publicado um novo Boletim do Governo de Macau, desconhecendo-se o número de edições assim como a data em que se deu o seu desaparecimento. Em 11 de Janeiro de 1846, surgiu uma nova publicação oficial, o Boletim Oficial do Governo de Macau e Timor, publicação semanal que teve vida relativamente longa, dado que o seu último número data de 31 de Dezembro de1896. Só depois passou a ser publicado regularmente o Boletim Oficial do Governo da Província de Macau, que teve como sucessor o actual Boletim Oficial. Até 1901 todas as publicações oficiais eram impressas em tipografias particulares. Foi então que o governador José Maria de Sousa Horta e Costa resolveu criar a Imprensa Oficial, que começou a funcionar no dia 1 de Janeiro de 1901, em um edifício da Calçada do Bom Jesus. O seu primeiro director foi o capitão tenentee engenheiro maquinista-naval José Maria Lopes. Anos depois, e porque o capitão-tenente tinha de regressar a Portugal, foi nomeado director o cidadão Rodrigo Marin Chaves. Durante o período que se seguiu, a Imprensa Oficial sofreu profundas remodelações, sobretudo os serviços de secretarias e arquivo, que foram objecto de uma reorganização que permitiu uma maior eficiência, apesar dos trabalhos oficinais continuarem a laborar com o velho e escasso material que possuíam. Com o alargamento da sua actividade, houve necessidade de procurar outras instalações mais amplas e funcionais, o que levou à sua transferência, por volta de 1912, para um prédio da Rua do Hospital, hoje Rua Pedro Nolasco, passando mais tarde para a Rua do Gamboa, onde igualmente se demorou pouco tempo, pois veio a ser instalada na Rua Central. Mas as mudanças continuaram, sempre com oobjectivo de procurar instalações que permitissem o seu desenvolvimento. Primeiro foi na Praia Grande, numa das casas de Pedro José Lobo, e mais tarde na Rua de Inácio Baptista. Finalmente, em 1930, passaram todos os serviços a funcionar em instalações amplas, onde foi possível montar novos equipamentos e ter boas salas para os serviços administrativos. Foi na antiga residência dos directores da conhecida empresa britânica Companhia das Índias Orientais, hoje Casa Garden, onde é a sede da Fundação Oriente, junto do Jardim de Camões. Verificou-se, porém, ser indispensável a construção de um edifício próprio sem necessidade de serem feitas adaptações. De facto, para a época de 1930 o edifício da Companhia das Índias servira plenamente, mas nos anos cinquenta já não possuía condições para satisfazer as necessidades editoriais de Macau. Assim se construiu o actual edifício sito na rua a que se deu o nome de Rua da Imprensa Oficial, e que foi inaugurado no dia 28 de Janeiro de 1954. Edifício moderno, amplo, com magníficas instalações, mais tarde ampliadas e melhor equipadas, que satisfazem plenamente as necessidades do Território em termos de publicações e dos mais variados impressos que fornece aos outros Serviços da Administração. [J.S.M.]Bibliografia: BRAGA, J.M., “The Beginnings of Printing at Macao”, in Studia, n.° 12, (Lisboa, 1963), pp.29-137.
No dia 2 de Fevereiro de 1867, o Governador José Maria da Ponte e Horta decretou, por prejudicial aos costumes da sociedade, a abolição da Roda dos Expostos da Santa Casa de Misericórdia de Macau e proibiu a esta instituição o recolhimento das raparigas abandonadas. Em 1 de Janeiro de 1857, existiam 45 expostos e, em 31 de Dezembro de 1866, 107. O movimento total, nos dez anos, foi de 2.286 expostos. O presidente da comissão encarregada de estudar as necessidades da Santa Casa, Pe. Jorge António Lopes da Silva diz, em relatório: “A sua mortalidade é tão extraordinária que parece não ter exemplo em parte alguma pois, nos dez últimos anos, a mortalidade foi de 95,5 por cento, quase todos chineses”. O Decreto entrou em vigor a 8 do mesmo mês e ano, devendo no entanto a Santa Casa continuar a tratar dos enjeitados que tinha a seu cargo nessa data. Como a Portaria não conseguiu deter a prática, a “Roda” deixou de existir mas as crianças abandonadas à porta da Santa Casa continuaram a ser recebidas. (Cfr. esta Cronologia…, 1855).
Foi extinto o Batalhão de Macau por carta de lei desta data (18 de Abril de 1876)publicada no Boletim da Província de Macau e Timor, n.° 28, de Julho. Trata-se do Batalhão (de 1.ª linha de Infantaria) de Macau. Foi substituído pelo 1º. Batalhão do Regimento de Infantaria do Ultramar (RIU). Os militares do Batalhão de Macau passaram ao 1º. Batalhão/ RIU com data de 31 de Dezembro de 1876. Ao longo dos anos, e até 3 de Agosto de 1893, diversos Batalhões do Regimento de Infantaria do Ultramar foram destacados para Macau.
Segundo Recenseamento geral oficialmente realizado, a população do “distrito administrativo de Macau”, isto é, Macau, Taipa e Coloane, era naquela altura de 68.086 habitantes europeus, chineses e de outras nacionalidades, quer dizer, ingleses, espanhóis, alemães, americanos, turcos, mouros e italianos. Não são mencionados franceses. A população diminuiu em relação ao mapa de 1871 na razão de 5,08%, isto é, menos 3.644 indivíduos. Estudos publicados no Boletim Oficial desta data (31 de Dezembro de 1878) indicam que grande parte da diminuição feminina é de meretrizes (o que é indicador de melhoria de nível moral); em 1867 elas eram 1.867 e em 1878 são 416; e quanto ao número de homens, deve-se à emigração de colonos chineses. Esses colonos eram, aliás, uma população flutuante que, devido à concentração da emigração entre 1867 e 1873, tinham afluído ao “Bazar”, sendo contados no recenseamento de 1871. Não apareceram no de 1878, porque seguiram viagem. Era para isso mesmo que existiam, em 1871, 24 estabelecimentos de cules; por exemplo um deles, o “Carneiro”, dispunha, só ele, de 1.754 corretores ao seu serviço! A diminuição de homens no censo de 1878 também se deve à redução de cules de cadeira e de criados que, uma vez libertos, emigraram também. (Cfr. B.O. de 31 de Dezembro1878). Nestes números estão compreendidos os habitantes das embarcações; nas vilas de Taipa e Coloane e outros portos das ilhas os habitantes eram em número de 45 portugueses e 8.082 chineses. (Mons.Teixeira, Macau Através dos Séculos, op. cit., p. 57). • O Boletim da Província desta data, pág. 5, dá a freguesia de S. Lázaro como oficial para efeitos civis, por exemplo, para efeitos de recenseamento, mas expressa que não está legalmente criada. Nas quatro freguesias da cidade o censo desta data indica 1.201 chineses cristãos. O resto dos chineses tem diferentes ritos religiosos chineses e a população não chinesa é, na maioria, católica.
No dia 20 de Junho de 1881, por ter no merecido apreço o muito zêlo e escrupuloso cuidado, que denota o resultado dos trabalhos da comissâo central encarregada de organizar o recenseamento geral da população de Macau, Taipa e Coloane com referência ao dia 31 de Dezembro de 1878, apresentado com o ofício n.º 78 de 2 de Abril do corrente ano, o Rei de Portugal mandar louvar o presidente da comissão central, José Alberto Homem da Cunha Côrte Real, secretário geral do governo da província, e bem assim todos os demais cidadãos que, como membros da mesma comissão, ou das comissões filiais, contribuiram para o bom êxito dos aludidos trabalhos.
Durante muitos anos, a concessão da exploração dos jogos de fortuna ou azar esteve entregue à Companhia Tai Heng (Taixing 泰 興), com sede no Hotel Central, situado na Avenida Almeida Ribeiro, onde funcionavam as principais salas de jogo. A exploração fazia-se também em duas outras casas de muito baixa qualidade. Entretanto, a vinda para Macau, em 1959, do Governador Jaime Silvério Marques, levou o Governo de Macau a rever o problema da concessão da exploração dos jogos de fortuna ou azar, e mercê da decidida actuação desse novo governante, o Governo de Portugal, através do Ministério do Ultramar, publicou um decreto-lei fixando novas regras para a concessão. Tal facto levou à abertura de concurso internacional para a exploração do jogo, tendo-se registado dois concorrentes: A Companhia Tai Heng (Taixing 泰興), que pretendia a renovação da concessão que detinha há anos, sem que curasse de investir os lucros em acções susceptíveis de contribuírem para o progresso de Macau, e o Dr. Stanley Ho. O Governo de Macau decidiu atribuir a concessão ao Dr. Stanley Ho, para desespero do antigo concessionário, que dificilmente aceitou tal decisão. Assim, o Dr. Stanley Ho assinou, em Dezembro de 1961, um contrato de concessão pelo qual se obrigava a constituir a curto prazo uma sociedade comercial para assumir a exploração do jogo. A Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, S.A.R.L. foi constituída em Maio de 1962, tendo como principais accionistas os Srs. Henry Fok (Huo Yingdong 霍英 東), Teddy Yip (Ye Deli 葉德利), Yip Hon (Ye Han 葉漢) e o próprio Dr. Stanley Ho (He Hongshen 何 鴻燊), que para ela transferiu o contrato de concessão. Portanto, a Companhia Tai Heng (Taixing 泰興) cessou a exploração do jogo em 31 de Dezembro de 1961 e a nova concessionária iniciou a exploração no dia 1 de Janeiro de 1962, em instalações provisórias do complexo da Piscina Municipal, onde ao tempo existia apenas um restaurante no piso térreo. O antigo concessionário retirou da circulação os barcos que faziam a ligação de Macau com Hong Kong, para dificultar a actuação do novo concessionário. No entanto, o Dr. Stanley Ho, agindo com presteza, adquiriu un navio que permitiu assegurar as ligações entre Macau e Hong Kong. Surgiram depois os hidroplanadores, os jactoplanadores, novos ferries, o Hotel Lisboa, a ampliação do complexo da Piscina Municipal (Hotel Estoril), e muitas outras iniciativas que fizeram Macau despertar da modorra em que caíra. Têm sido e continuam a ser múltiplas as contribuíções da S.T.D.M. para o desenvolvimento e progresso, muitas delas voluntárias, e para além das obrigações do Contrato de Concessão, revisto e modificado algumas vezes, mas cuja validade caducou em 31 de Dezembro de 2001. É incontroverso que o aparecimento da S.T.D.M. e a sua dinâmica e multifacetada acção ao longo de 39 anos, foram factores que contribuíram sobremaneira para que Macau seja o Território progressivo e moderno que hoje é. [J.M.A.]
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