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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic
Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.
CARVALHO, CAPITÃO LOPO SARMENTO DE (?-?). Natural de Bragança, era filho de Lopo Roiz de Carvalho e, aparentemente, fidalgo da família Sarmento de Trás-os-Montes. Segundo Charles R. Boxer, possivelmente, era parente de Lopo Sarmento, o alcaide do castelo de Bragança que se opôs à entrega do castelo aos castelhanos em 1580. Deve ter ido para o Oriente no ano de 1607, onde serviu como soldado e capitão. Em 29 de Abril de 1614, o vice-rei da Índia enviou Lopo Sarmento como capitão-mor de uma armada de socorro à fortaleza de Malaca, donde havia a notícia que poderia ser atacada por holandeses e gente do Achém. Quando chegou a Macau já tinha a nomeação para capitão-mor da viagem ao Japão. Em 1616-1617 foi capitão-geral de Macau, lugar que deteve até ao ano de 1623, em virtude do capitão do navio do trato, ter por inerência do cargo, a tutela da praça, enquanto ali permanecesse por causa do regime de monções que condicionava a viagem ao arquipélago nipónico. Em 1617-1618 estava no Japão e conduziu uma missão diplomática à corte do novo xógum Tokugawa Hidetada, a qual não teve o fim desejado. Lopo Sarmento casou com D. Maria Cerqueira, natural de Macau e de ascendência humilde, e teve filhos, em Macau, nomeadamente Inácio, Joseph, Domingos e Teresa. Maria de Cerqueira era filha e neta de portugueses, por lado paterno, e filha de mulheres locais, por lado materno. Uma das suas irmãs também casou com um membro distinto da elite macaense, António Fialho Ferreira, nascido em Sesimbra. A capitania da viagem ao Japão, em 1617, deve ter rendido bom proveito, pois, três anos mais tarde, adquiriu três viagens ao Japão que corriam por conta do Mosteiro da Encarnação de Madrid. Em carta datada de 5 de Fevereiro de 1620, sobre a venda destas viagens, o vice-rei escreveu que Lopo Sarmento tinha pago pelas viagens 68 mil xerafins e lhe tinha pedido um fundidor para fazer artilharia em Macau. Aparentemente, tal solicitação deu origem à ida de Manuel Tavares Bocarro para Macau, onde fundou uma fundição de artilharia que funcionou durante vários anos e se notabilizou pela sua qualidade em todo o Sudeste Asiático. Como capitão da cidade de Macau, entre 1621 e 1623, Lopo Sarmento tomou parte na célebre defesa da cidade quando os holandeses a tentaram invadir em 1622. Como recompensa, o rei Filipe II deu-lhe o hábito de Cristo. No entanto, das três viagens adquiridas apenas realizou uma, pois as outras foram suspensas em virtude de terem de ser realizadas para proveito das fortificações de Macau. Lopo Sarmento foi a Goa no final de 1622 e voltou a Macau no ano seguinte, sem conseguir realizar o propósito de reaver as ditas viagens. Regressou acompanhado por D. Francisco de Mascarenhas, o primeiro capitão-geral nomeado por Goa para Macau. A viagem foi atribulada, em virtude do barco de Lopo Sarmento ter sido atacado por holandeses. Apesar de espírito de luta pela defesa, os tripulantes foram obrigados à rendição e o fidalgo foi feito prisioneiro em Batávia. Em 1629, encontrava-se em Goa. Nesse ano comprou mais três viagens ao Japão e três a Manila, tendo pago 306.000 xerafins na totalidade. De acordo com o contrato feito com a Fazenda real em Goa, Lopo Sarmento ficou obrigado a pagar 30.000 xerafins ao indivíduo provido com a viagem do Japão pelo vice-rei e a trazer 1.200 picos de cobre, dando-os à fazenda de Macau ao preço de 20 xerafins por pico de peso de Macau, e 48.000 xerafins pagos em Macau no fim da cada viagem, ao administrador da Fazenda. Foram seus fiadores, o cunhado Fialho Ferreira e Gaspar Homem, em Macau, e Manuel de Morais Supico, em Goa. No entanto, não foi capaz de cumprir as condições do contrato devido a vários azares. Um deles foi a perda do navio São Francisco Xavier, enquanto que o Nossa Senhora do Rosário só chegou a Macau, vindo do Japão, em 1632. O seu procurador em Goa, João de Mesquita, tentou que fosse discutido o contrato, e depois de várias reuniões o vice-rei decidiu que Lopo Sarmento pagasse a Macau a quantia de 20.750 xerafins. No entanto, o fidalgo tinha feito as três viagens ao Japão, indo ele pessoalmente a Nagasáqui pelas três vezes, enquanto o seu cunhado levou a cabo as viagens a Manila. A 26 de Outubro de 1639 morreu D. Maria Cerqueira, tendo sido enterrada na capela Jesus na Igreja de Madre de Deus. Em 1642, Lopo de Sarmento e António Fialho Ferreira, que tinha voltado de Portugal, aclamaram a eleição de D. João IV. Antes deste acontecimento, Lopo Sarmento tinha pedido ao rei de Portugal que o autorizasse a regressar a Lisboa, após trinta e seis anos de serviço à coroa portuguesa no Oriente. A solicitação foi autorizada em 1644 e era extensiva à sua família, podendo fazer a viagem em navio próprio ou por si fretado. Segundo Charles R. Boxer, a concessão foi obtida pela influência do seu cunhado Fialho Ferreira, que se preparava para ir ao Japão, integrado na embaixada de Gonçalo de Siqueira. Não se sabe ao certo a data do seu falecimento, mas ocorreu provavelmente em 1645, pois em 1646 o seu filho Inácio Sarmento já era designado por herdeiro do seu pai. Bibliografia: BOXER, Charles R., Breve Relação da Vida e Feitos de Lopo e Inácio Sarmento de Carvalho, Grandes Capitães que no Século XVII Honraram Portugal no Oriente (Macau, 1940); TEIXEIRA, Padre Manuel, Vultos Marcantes em Macau, (Macau, 1982).
No dia 6 de Outobro de 1644, as autoridades chinesas concederam um pedaço de terreno em frente da Ilha Verde para nele ser sepultado o Pe. João Rodrigues; mais tarde, em vez desse terreno, deram outro em Oitem, na Ilha da Lapa Esta concessão teve a ver com o auxílio e pronta solicitude ao tempo do assalto de Li Zicheng, que ameaçou a cidade de Cantão.V. Seguimento no registo imediato. Na colecção Jesuítas na Ásia há o seguinte documento: “Aos 6 de Outubro de 1644, passou o Tequessy huma chapa para a terra da sepultura do Pe. João Rodrigues conforme o despacho que já tinha dado em Cantão o Chayem, e outros Mandarins grandes, e o de Ansão. Esta chapa era para a terra que fica defronte da Ilha Verde para dentro da parede nova: porem depois se tomou por melhor lugar para os Mandarins o dare o pé do Monte de Oitem junto a ribeyra d’água. Aos 26 de Outubro sendo reitor deste collegio o Pe. Gaspar de Amaral se tomou posse a 1.ª vez levantando quatro entenas com letras que dizião esta terra deo o Chayem em nome do Rey da China para sepultura aos padres de S. Paulo. Passados alguns dias se acharão tiradas as entenas. E aos 18 de Abril de 1645 se tomou posse em forma arvorando huma cruz no monte que fica ao Leste da Ribeyra, e se tratou de cortar pedra, em virtude da chapa de Tequessy”.
Em 7 de Outubro de 1720, partiu de Macau para Cantão (de barco até à Casa Branca), a fim de seguir para Pequim, o Patriarca D. Carlos Melchior de Mezzabarba. De notar que Mezzabarba foi bem recebido, ao contrário de Tournon; é que Mezzabarba veio por Lisboa, mostrando que o Papa Clemente XI reconheceu os direitos do Padroado Português no Oriente, e Tournon não. A 21 de Março de 1720, D. João V escreveu ao Bispo Casal recomendando-lhe que recebesse bem o Legado e lhe pedisse absolvição das censuras; esta carta veio também na nau Rainha dos Anjos. A “Colecção de vários factos” regista: “5 de Outubro 1720: - Neste dia deu fundo no surgidouro desta Cidade a nau Rainha dos Anjos, na qual veio o Sr. Patriarca D. Carlos Belchior Mossebarba (alias Mezzabarba), que desembarcou no dia 26 de Setembro findo. Foi muito bem recebido do Sr. Bispo, Governador, cidadãos e mais moradores desta Cidade, os quais todos juntos com o Sr. Governador foram recebe-lo a Praia Pequena, onde desembarcou”. V. Braga, Jack M., “A Voz do Passado. Redescoberta de A Colecção De Vários Factos Acontecidos Nesta Mui Nobre Cidade de Macau”, Ed. Boletim Eclesiástico da Diocese, Macau, 1964, Reedição, ICM, Macau, 1987
Coelho do Amaral iniciou a sua carreira na Armada em 1825 e, após uma passagem pelo Regimento de Infantaria e pelo Corpo de Engenheiros, regressou de novo à Armada em 1835. Em 1851, deu início à sua carreira colonial em Angola, onde ocupou o cargo de Governador do distrito de Benguela e, em seguida, o de Governador Geral da província. Depois do seu regresso a Lisboa e de uma curta passagem, como vogal, pelo Conselho Ultramarino, Coelho do Amaral foi nomeado Governador de Macau, tendo chegada à Cidade do Nome de Deus a 20 de Junho de 1863, substituindo Isidoro Francisco Guimarães. Tomou posse do governo no dia 22 de Junho e ocupou este cargo até 26 de Outubro de 1866, tendo regressado a Lisboa no dia 30 do mesmo mês. Coelho do Amaral desenvolveu uma acção importante na concretização de um conjunto de obras que marcaram a sua passagem pela Cidade: reconstrução e melhoramento de ruas, construção da ‘Marginal’, construção do quartel de S. Francisco e do forte com o mesmo nome, construção do fortim de Mong Há (Wangxia 望廈), renovação das fortalezas da Taipa, S. João e S. Jerónimo, e ainda a construção do Farol da Guia, o primeiro que o litoral da China conheceu, concebido por Carlos Vicente da Rocha e cujas obras foram acompanhadas directamente pelo próprio Governador. O período governativo de Coelho do Amaral ficou fundamentalmente marcado na história de Macau pela sua deslocação a Tianjin 天津 com a missão de efectuar a troca das ratificações do tratado luso-chinês assinado em 13 de Agosto de 1862 por Isidoro Francisco Guimarães. Assim, no dia 27 de Abril de 1864, José Rodrigues Coelho do Amaral partiu de Macau rumo a Tianjin 天津 acompanhado por António Feliciano Marques Pereira (secretário), João Rodrigues Gonçalves (intérprete) e Jerónimo Osório de Castro Cabral de Albuquerque (adido). Depois das primeiras visitas extra-oficiais, a cerimónia da troca das ratificações ficou marcada para 17 de Junho. Nesse dia, após a verificação dos plenos poderes das duas delegações, os representantes chineses afirmaram a necessidade de proceder a algumas alterações ao texto do tratado antes de se efectuar a troca das ratificações. Coelho do Amaral recusou tal pretensão, disponibilizando-se todavia a discutir o conteúdo do tratado com vista a uma futura revisão, mas só depois da troca das ratificações. Perante a insistência dos representantes chineses, que alegavam terem ordens imperiais para renegociar alguns artigos do tratado, Coelho do Amaral abandonou a mesa das negociações e regressou a Macau nos primeiros dias de Julho, com o tratado por ratificar. Bibliografia: DIAS, Alfredo Gomes, Sob o Signo da Transição, (Macau, 1998); SALDANHA, António Vasconcelos, Diplomacia, Tratados e Personalidades. Estudos sobre as Relações entre Portugal e a China, (Lisboa, no prelo); SALDANHA, António Vasconcelos, Estudos Sobre as Relações Luso-Chinesas, (Lisboa, 1996); SALDANHA, António Vasconcelos; ALVES, Jorge Santos (dirs.), Governadores de Macau, (Macau, no prelo).
No dia 26 de Outubro de 1866, o Conselheiro José Maria da Ponte e Horta tomou posse do cargo de Governador desta Província. Até 1868 assiste-se ao Governo de José Maria da Ponte e Horta, em Macau. Procurou modernizar a administração pública. Olhou com dinamismo o processo de emigração de cules a partir de Macau, publicando Portarias e Regulamentos apertados. Quis abrir uma Escola para Macaenses e já tinha colaboradores mas não teve meios para a manter. Teve um repetido problema: o estabelecimento de hopu - várias estações fiscais chinesas ao redor de Macau. No seu tempo foi inaugurado o Clube Lusitano de Hong Kong (17 de Dezembro de 1866). (V. Governadores De Macau, pp. 145 a 148). No dia 30 de Outubro de 1866, o ex-Governador da província, Conselheiro José Rodrigues Coelho do Amaral, partiu na canhoneira a vapor Camões, tendo recebido dos habitantes as mais calorosas demonstrações de espontâneo agradecimento pelo bom governo que fez. A partida de Hong Kong foi também acompanhada por inequívocas provas de saudade e reconhecimento, por parte dos residentes portugueses naquela colónia.
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