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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic

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Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.

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1521

Entre 1521 e 1522, período de conflitos armados entre o haidao Wang Hong e Martim Afonso de Melo Coutinho. Wang Hong tomou consciência do potencial dos instrumentos bélicos portugueses para defesa da China e, em 1529, apresentou ao Imperador um memorial sugerindo o fabrico em série desse material. Dado o êxito que teve a sua proposta, demonstrado no sucesso que tiveram as peças, o haidao chegou aos mais altos cargos, depois de promoções consecutivas. (Cfr. Jin Guo Ping e Wu Zhiliang, in Revista Macau, III Série, nº 14, Macau 2003, p. 87).

1587

No início do século XIII, Domingos de Gusmão fundou uma ordem religiosa e minentemente apostólica: a Ordem dos Pregadores, uma dádivado Espírito Santo à Igreja, ao serviço da evangelização dos povos. Imitando os apóstolos na pobreza e na pregação itinerante, São Domingos de Gusmão e os seus frades consagraram-se ao ministério da Palavra, anúncio da salvação. O frade pregador deve ir pregar o evangelho por toda a parte. Não deve esperar que venham até ele. Esta projecção apostólico-missionária marca de tal modo o estilo e a especificidade da vida dominicana que a expansão da ordem dos Pregadores correspondeu, desde o seu início, ao fervor missionário dos seus religiosos. O ideal que Domingos não logrou desenvolver pessoalmente no serviço missionário a todas as igrejas e a todos os povos, conseguiu, porém,incutir maravilhosamente nos seus filhos, discípulos e sucessores. Cinco anos após a confirmação da sua ordem por Honório III, os frades pregadores, movidos pela sua vocação apostólica, haviam-se espalhado por toda a Europa e, em finais do século XIII, já havia sido erigida a Congregação dos Irmãos Peregrinos, exclusivamente dedicada à evangelização das gentes, cujo campo de acção iria ser o Oriente (Próximo e Extremo) e a África. Antes do final da Idade Média, em meados do século XIV, surge um novo movimento missionário de grande importância, em direcção aos países do Extremo Oriente, entre os dominicanos portugueses, que, seguindo a rota dos exploradores de Portugal, expandiram o seu campo missionário pelos mapas de África, da Índia, de Ceilão, de Malaca, …, tendo estabelecido a sua sede central em Goa.Trata-se da Congregação da Santa Cruz das Índias Orientais, que nos traz à memória a Congregação dos Irmãos Peregrinos de finais do século XIII, e prenuncia o que virá a ser a Província Missionáriade Nossa Senhora do Rosário. Esta Província nasceu em 1587 e tinha como vocação específica a evangelização da China e dos povos vizinhos. Por destino histórico, Manila veio a tornar-se o centro das suas operações apostólicas, e as Ilhas Filipinas, a China, o Japão, o Vietname e a Formosa os campos da sua itinerância evangélica durante quatrocentos anos. – I.Dominica nos: de Acapulco a Macau. Estava-se na segunda quinzena de Agosto de 1587. O patacho San Martín, após cinco meses de travessia pelo Pacífico, aproximava-se de Macau, seu porto de destino, quando foi surpreendido for um forte temporal e arremessado para a costa da China, tendo ficado completamente destruído. Salvaram-se tripulantes e passageiros, entre os quais se encontravam três dominicanos espanhóis: os padres Antonio Arcediano, Alonso Delgado e Bartolomé López,que íam acaminho de Macau na esperança de ali encontrarem porta aberta para iniciarem o seu apostolado na evangelização da China. Os frágeis náufragos foram acolhidos por um chinês gentil, rico em bens de fortuna e em virtudes naturais, que os recebeu generosamente e lhes ofereceu inclusivamente os seus bons préstimos para interceder perante o vice-rei chinês no sentido de este lhes permitir que se estabelecessem na China e pregassem o evangelho. Tendo aceitado a oferta, e enquanto eram feitas as diligências necessárias para obter a autorização do vice-rei, os frades e os seus companheiros de naufrágio dirigiram-se para Macau, tendo chegado à colónia lusitana a 1 de Setembro de 1587. Os 15 dominicanos, que formavam o núcleo central de uma nova fundação missionária consagrada à evangelização da China e reinos vizinhos, foram mais afortunados na travessia do Pacífico. Saíram de Acapulco, no México, no dia 6 de Abril de 1587 e chegaram a Cavite, nas Filipinas, a 22 de Julho e, três dias depois, a Manila, onde foram fraternalmente recebidos pelo seu irmão na religião, o excelentíssimo Padre D. Domingo Salazar, O.P., pri- meiro bispo das Filipinas. Os três dominicanos que haviam saído de Acapulco com destino a Macau a 3 de Abril constituíam a guarda-avançada desta nova fundação missionária que procurava, na colónia lusitana da China, um porto seguro deligação entre Manila e a China e uma base estável com vista à expansão do seu apostolado na China continental. –II.Dominica nos em Macau. Os frades de São Domingos foram recebidos em Macau pelos padres agostinhos que, praticamente só um ano antes (1 de Nov. de 1586), haviam logrado fundar um convento que lhes franqueasse a entrada na China. Na ausência do bispo, D. Leonardo de Sá, que se encontrava por aquela altura em Goa, o Provisor da diocese favoreceu os dominicanos com adoação de umas casas onde puderam alojar-se imediatamente. As cláusulas desta doação determinavam que a nova igreja levasse a advocação de Nossa Senhora do Rosário e que os frades se comprometessem a rezar anualmente as três missas do Natal em intenção do ofertante. Os frades aceitaram ao ferta a 16 de Outubro e, oito dias mais tarde, ambas as partes assinavam o contrato. Esta fundação de Macau foi oficialmente reconhecida Província no Primeiro Capítulo celebrado em Manila a 10 de Junho de 1588, tendo o padre Antonio Arcediano sido instituído vigário da casa de Macau, para a qual foram designados os padres Alonso Delgado e Bartolomé López. Esta recepção por parte do governo lusitano provocou principalmente oposição e resistência. Mal foi conhecida a chegada dos náufragos castelhanos, brotaram em força na colónia os já tradicionais receios que os portugueses alimentavam em relação aos espanhóis e começaram de imediato a organizar-se reuniões do Conselho da cidade para decidir a sorte dos três dominicanos e dos seus companheiros de viagem. Os mais exaltados pediam a expulsão destes sem demora, enquanto que a maioria propunha que o caso fosse enviado para o Vice-Rei da Índia, cuja decisão seria acatada. As medidas que foram tomadas em relação a este assunto tão espinhoso foram de tal modo rápidas que, em Março do ano seguinte (1588), chegavam a Macau as cartas do Vice-Rei português da Índia, nas quais se dispunha que os frades de São Domingos e os seus companheiros de naufrágio, por serem castelhanos, fossem desterrados para Goa, sem que lhes fosse permitido viajarem até Manila. Era também estabelecido que as propriedades dos religiosos fossem entregues aos dominicanos portugueses da Congregação da Santa Cruz das Índias. Assim terminavam as primeiras tentativas dos dominicanos espanhóis para fundarem uma missão em Macau. Todavia, nem tudo foi fracasso. Deixaram em Macau a sua pequena igreja de madeira dedicada à Virgem do Rosário, o seu singelo convento e os rudimentos de uma escola de Gramática. E, zelando por este pequeno tesouro até à chegada dos dominicanos portugueses, ali ficava o Padre António de Santa Maria, mestiço sino-português, sacerdote secular que, atraído pela austeridade da vida monástica e pelo zelo apostólico dos dominicanos, se havia incorporado na comunidade, tendo recebido, graçasàhabi- lidade do padre Arcediano, o hábito dos frades pregadores. – III. Dominicanos e a Procuração das Missões em Macau. A fundação da Procuração das Missões Dominicanas em Macau coincide com a restauração das missões na China. Com o martírio do bispo Pedro M. Sanz, a 26 de Maio de 1747, e o dos padres Serrado, Alcober Díaz y Royo, a 28 de Outubro do ano seguinte, a perseguição havia terminado com o apostolado dos dominicanos espanhóis na China. Restava apenas na missão o infatigável e heróico padre Juan Fung de Santa María, dominicano chinês, o qual pedia com insistência, na sua correspondência com os superiores de Manila, o envio de novos operários evangélicos. Devido à perseguição, a restauração da missão teve de esperar até 1753, ano em que foram destinados à China os padres espanhóis DiegoTerradillos e Domingo Castanedo e os padres chineses Pedro Nien de Santo Domingo e Simon Lo del Rosario. Saíram de Manila a 10 de Janeiro de 1753, chegando a Macau a 28 dos mesmos mês e ano. Os quatro novos missionários conseguiram entrar na missão de Fujian a partir da colónia lusitana, por diversas vias e em diferentes datas no ano seguinte, apesar da apertada vigilância das autoridades chinesas para impedir a todo o custo a entrada de estrangeiros na China. O segundo reforço, também de quatro missionários, chegou a Macau a 14 de Novembro de 1754. Tratava-se dos padres Manuel Díaz, Antonio Lotranco, Pedro Feliu e Vicente Ausina, este último com o Procurador das Missões. A restauração da missão pedia também uma casa-procuração onde pudesse receber os novos missionários, atender os doentes e acolher os desterrados em caso de perseguição. Esta fundação era tão necessária e urgente que o próprio Mestre Geraldos Dominicanos, padre Boxadors, em documento oficial de 13 de Dezembro de 1757, orde nava a fundação da Procuração dos Dominicanos em Macau, onde deveria de imediato residiro Procurador das Missões da Provínciade Nossa Senhorado Rosário, sem que qualquer autoridade,incluindo a do Provincial, pudesse retirar-lhe as funções sem prévia nomeação de um substituto. Esta ordenação do Mestre Geral foi cumprimentada pelo Capítulo Provincialde Manilade 1759, que instituíu o padre Vicente Ausina Procuradordas Missões Dominicanasda Chinaede Tonquim (Vietname), com residência no convento dos dominicanos portugueses de Macau. As primeiras medidas toma das pelo Procuradordas Missões Dominicanas tiveram por objectivo a compra de locais apropriados para o desempenho das suas funções. Comprou primeiro – desconhece-se a data – a casa do falecido cónego Manuel José Caldeira, situada junto da Igreja-Catedral e, em 1760, algumas vivendas situadas em frente da porta traseira do convento de São Domingos. Os cinco procuradores que lhe sucederam nas funções até ao final do século, aproveitando as possibilidades de entrada de missionários na China que Macau lhes oferecia, apesar do rigor da perseguição, conseguiram manter, em média, oito missionários na missão de Fujian 福建e um número ainda maior na deTonquim. Durante a sua permanência em Macau, foram bem acolhidos pelos seus irmãos dominicanos portugueses e não lhes foram impostas quaisquer restrições por parte das autoridades, quer civis quer eclesiásticas, até 1778, ano em que D. Alexandre da Silva Guimarães, Bispo-Governador de Macau, expulsouo procurador dos dominicanos, padre Antonio Robles. Já antes de ser governador, e em virtude dos poderes do Padroado de Portugal, o bispo Alexandre havia proibido a entrada de missionários estrangeiros que não houvessem previamente jurado fidelidade ao rei de Portugal e ao arcebispo de Goa. Esta disposição afectava principalmente os procuradores da Propaganda, das Missões Estrangeiras de Parise das Missões Dominicanas. O padre Robles negou-se a prestar tal juramento e, por esse motivo, foi expulso da colónia lusitana. A 8 de Março de 1778, antes de partir para Manila,o padre Robles entregou a administração dos negócios da Procuração ao irmão franciscano Martín Paláu. A 1 de Janeiro de 1781 chegou a Macau o padre José Lavilla, que exerceu as funções de procurador durante três anos. As disposições relativas ao juramento de fidelidade ao rei de Portugal continuavam em vigor, apesar da partida do bispo Alexandre para Lisboa em 1780, e o padre Lavilla, homem de carácter forte, não tendo nunca conseguido entender-se com os portugueses, voltou para Manila em Maio de 1784. Entretanto, o rei de Espanha havia encarregado um embaixador em Lisboa de negociar com o Governo português a autorização de residência em Macau para os procuradores dos religiosos espanhóis e de passagem para a China para os missionários. Esta intervenção do embaixador de Espanha teve como resultado a promulgação em Lisboa de novas disposições favoráveis à petição da Corte de Madrid, mediante as quais era concedido aos missionários espanhóis, semque, para tal, fossem obrigados a prestar juramento de fidelidade à Coroa de Portugal, o direito de residência em Macau e de passagem para a China. Em Outubro de 1786, o padre Manuel Corripío partiu de Manila para Macau com ano meação de Procurador das Missões. Levava consigo a autorização dogovernador de Manila e a promessa de residência por parte do de Macau, transmitida a Manila pelo irmão franciscano Martín Paláu. Com a chegada do padre Corripío à colónia lusitana,começouasegundaetapadahistóriadaPro- curaçãodos Dominicanos em Macau que se prolongou até 1861. A casa-procuração, independente do conventodos dominicanosp ortugueses, estava agora situada por trás do Seminário de São José, na praceta que fica defronte da igreja de Santo Agostinho. Os treze procuradores que serviram as missões da China e de Tonquim durante este meio século viram-se obrigados a limitar o seu trabalho de procura dores ao envio de ajuda material às missões do interior, uma vez que, devido às perseguições e à muita vigilância de portos e fronteiras, foram muito poucos os missionários vindos de Manila que chegaram a Macau a caminho das missões. Dedicaram um esforço especial à recolha de fundos, através de obras pias e dedonativos, para custear os gastos da formação de catequistas e para a fundação dos seminários de Kesen, de Amoy (Xiamen廈門) e de Fuzhou 福州. Os frutos de tantos trabalhos não tardaram em chegar, pois, em 1832, havia já sete sacerdotes que tinham feito os seus estudos no seminário de Santa Cruz de Kesen e, em 1860, o número de sacerdotes chineses na igreja de Fujian福建ultrapassava os 20. Concluímos esta informação sobre a Procuração das Missões Dominicanas em Macau com a lembrança nos tálgica de dois acontecimentos: a consagração de um bispo dominicano e a sepultura de outro. Na primavera de 1792 chegou a Macau, a caminho da missão da China, o padre Roque Carpena. Onze anos depois, altura em que era bispo de Macau o franciscano D. Manuel de S. Galdino, aquele vol- tava à mesma cidade para ser consagrado bispo de Fujian福建, a 23 de Janeirode 1803. Nopresbitério, diantedoaltar-mórda Igrejade São Domingos, des- cansam os restos mortais do excelentíssimo Padre Tomas Badia. Missionário na China durante dez anos, foi, em 1834, consagrado em Singapura bispo-auxiliar do Arcebispo de Manila, o agostinho Seguí. De saúde delicada, faleceu a 1 de Setembro de 1844, aos 33 a nos deidade, em Macau, onde esperava notificação oficial, por parte da Corte de Madrid, da sua nomeação para Manila. No enterro foram-lhe concedidas honras de realeza, tendo assistido aos funerais o Governador e o Senado, o enviado da China e a sua comitiva, os senhores bispos Borja e Mata, ocleroda cidade e uma grande multidão de fiéis. [A.S.] Bibliografia: FERRANDO, Juan, O.P., Historia de los PP. Do- minicosenlasIslasFilipinas,Japón,Chinas,Tung-KínyFormosa, (Madrid, 1871); GONZALEZ, José Maria, O.P., Historia de las Misiones Dominicanas en China, (Madrid, 1962); TEIXEIRA, Padre Manuel, Macau e a sua Diocese, vol. III, (Macau, 1957- 1961).

1752

(14/Novembro/1752) Chapa mandarínica publicada em Macau, declarando que Assis Pacheco de Sampaio não é Embaixador Tributário da China, devendo-se-lhe todas as cortezias.

1843

No dia 10 de Outubro de 1843, o Governador Adriano Acácio da Silveira Pinto, que viria a falecer em Lisboa, no posto de Marechal de Campo, aos 23 de Março de 1868, foi nomeado Embaixador de Portugal, para tratar com os Plenipotenciários chineses sobre o estabelecimento de Macau. No dia 27 de Outubro, o ex-Governador Adrião Acácio da Silveira Pinto, que fora nomeado pelo Governador José Gregório Pegado, em sessão do Senado de 10 de Outubro, para tratar com os comissários chineses, no sentido de se melhorarem as condições da existência política deste estabelecimento, seguiu para Cantão, no brigue de guerra Tejo, do comando do Capitão-Tenente Domingos Fortunato de Vale. Agregaramse a esta missão o Procurador da Cidade, João Damasceno Coelho dos Santos e o intérprete interino, José Martinho Marques. O Conselheiro Adrião Acácio da Silveira Pinto, que chegara no brigue Tejo a Vampu, com os demais membros da missão diplomática enviada pelo Governo de Macau, para negociar com o Vice-rei Ki-Yin, seguiu pelas 7.30 h. em escaleres para Cantão, residindo, depois de realizada a conferência, na casa de campo do Mandarim graduado Pau-Teng-Kua e no Consulado da França, onde realizou repetidas reuniões, durante dez dias, com o segundo delegado chinês. A missão não conseguiu que fosse relevado o foro pago pela colónia nem dispensada a demarcação do limite para fora dos muros do Campo de Sto. António; igualmente não conseguiu obter: o aumento do número de navios desta praça, então limitado a 25, para irem negociar a Manila e outros portos estrangeiros; a permissão para construções a fazer fora dos muros de Sto. António; a autorização para os navios portugueses frequentarem o porto de Fuchau, por este porto não estar ainda franqueado ao comércio estrangeiro; e o reconhecimento dum Ministro Plenipotenciário. Os chineses anuíram, porém, à igualdade de tratamento na correspondência oficial entre as autoridades portuguesas de Macau e as chinesas do distrito, exigindo, no entanto, que a correspondência a dirigir aos altos-funcionários da capital fosse em forma de tcham (requerimento) ou pan (representação ou ofício de inferior para superior); ao idêntico pagamento dos direitos de ancoragem dos navios estrangeiros em Vampú, com redução de um mês e meio para os 25 navios portugueses de Macau (três mazes por tonelada), mas os que não pertenciam a esse número continuariam a pagar cinco mazes por tonelada; a actualização dos direitos sobre mercadorias importadas pelos chineses de Macau, segundo a nova tarifa, com extinção de todas as gratificações e despesas adicionais; a livre construção de edifícios e barcos, e a livre compra de materiais e livre emprego de operários nativos destinados para esse fim, mas dentro do limite dos muros de Sto. António; e a permissão para os navios portugueses poderem também comerciar nos portos de Cantão, Amoy, Fuchau, Neng-Po e Shanghai. No dia 14 de Novembro, são conhecidos em Macau os resultados da missão diplomática portuguesa à China traduzidos em 9 artigos contendo as deliberações do Conselho de Ministros do Império.

1902

No dia 14 de Novembro de 1901, publicou-se o Decreto que aprovou a nova organização militar do Ultramar. O Corpo de Polícia de Macau, com esta designação, fora inicialmente criado em ll de Outubro de 1861 (OFA 21). Em 18 de Janeiro de 1879 tinha sido dissolvido e criada a Guarda Policial de Macau que, por sua vez, foi extinta em 8 de Novembro de 1895. Em 14 de Novembro de 1901 é publicado um Decreto que reorganiza as forças militares e cria um Corpo de Polícia, com carácter militar. Este Decreto só foi posto em execução (artº. 195) a partir de 1 de Janeiro de 1902, conforme Portaria Provincial 113/1901. As forças militares passaram a ter a seguinte composição: Quartel-General; 1 Companhia europeia de artilharia de guarnição; 1 Companhia europeia de infantaria; 1 Corpo de polícia com 2 Companhias de infantaria e 1pelotão de cavalaria; 1 Banda de música indígena; Depósito de material de guerra; Companhia de Saúde de Macau e Timor (com esta designação se manteve até 1919, apesar de Timor ter ficado autónomo); Presídio Militar do Monte; Companhia de reformados; A Fortaleza do Monte foi considerada praça de guerra (in: Cação A. – op. cit.).

1970

Pintor macaense, filho de José Gonçalves Estorninho (Algarve) e de Palmira Maria Augusta Estorninho (Macau), e irmão do bibliotecário e escritor Carlos Estorninho. Estorninho exerce a profissão de observador meteorológico durante dezassete anos, casa aos trinta e três anos e pinta, desde cedo, aguarelas da paisagem natural e humanizada de Macau. O artista desenvolve a sua mestria com Luís Demée, Brigitte Reinhardte Frederick Joss no enclave, e expõe algumas obras, juntamente com Joss e Tam Tsing Teung, no Leal Senado em 1963, ano em que o pintor funda, com outros artistas da cidade, a “Associação Arco-Íris”, que reúne escultores e pintores, e organiza uma exposição também no Leal Senado no ano seguinte. Estorninho acaba por expor as suas obras igualmente em Hong Kong: Galerias Apollo e Chatham, 1965, e, na primeira de novo em 1966. Entre 1968 e 1970, o pintor desempenha em Timor as funções de director da Sociedade de Turismo e Diversões, apoiando a causa timorense após o seu regresso ao enclave. Em 14 de Novembro de 1970, e por proposta da Delegação da Cruz Vermelha de Timor, Estorninho é agraciado com a Medalha da Cruz Vermelha de Mérito, vindo mais tarde a dirigir a organização timorense Tata Mai Lau e a pertencer à União Democrática Timorense, expondo alguns dos seus quadros no Centro de Turismo, em Díli (1976). O artista e empresário, a quem os amigos tratam por Lano, é membro da administração do Hotel Lisboa e desempenha, entre 1974 e 1976, as funções de consultor político da STDT. Em Setembro de 1971, o pintor expõe em Lisboa durante a Primeira Quinzena de Macau, organizada pela Casa de Macau, vendendo a totalidade das obras expostas e oferecendo os lucros à organização promotora do evento; expõe ainda em Lisboa, no Palácio Foz (“Panorama de Artes Plásticas no Ultramar”, 1988); no Porto (Direcção dos Serviços de Turismo, 1988); na Escola Comercial de Macau, aqui juntamente com Kam Cheong Ling, Kwok Se e Oseo Acconci; no Leal Senado (1976, 1982, 1985), com Lam Wai Long e Kwok Se; no Museu Luís de Camões, individualmente; na Casa de Macau em Lisboa, com Luís Demée, Kam Cheong Ling e Kwok Se (1979), e com Fausto Sampaio (1983); na Biblioteca Nacional em Lisboa (1981); na Missão de Macau em Lisboa (1992) e em Pequim e em Xangai. Quando da exposição da Comissão Coordenadora da Acção Cultural no Leal Senado, em Outubro de 1982, o pintor apresenta, no catálogo, um texto intitulado “Notas sobre a Arte – O Movimento Impressionista”. Entre 1976 e 1993 é director do Hotel Sintra em Macau e, em 1986, executa alguns selos comemorativos das fortalezas e plantas militares da cidade, tendo ainda sido o primeiro director do jornal Ponto Final e colaborador, director gráfico e consultor político de O Clarim. Em Maio de 1992, o artista-empresário recebe do governador Rocha Vieira a Medalha de Mérito Cultural, fazendo juz à mesma também nas tertúlias que organiza no café A Bica. Herculano Estorninho falece aos setenta e três anos de idade em Macau, no dia 30 de Abril de 1994. [R.M.P.] Bibliografia: MATIAS, Maria Margarida L. G. Marques, “Herculano Estorninho: A sua Biografia–Tentativa de um Retrato”, in Catálogo da Exposição Realizada na Salado Comendador Ho Yin o Clube Militar de Macau, (Macau, 21 de Dezembro de 1995); MATIAS, Maria Margarida L. G. Marques, Herculano Estorninho Aspectos da sua Vida e Obra, (Macau, 1995).

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