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Trata-se de um significativo conjunto de cerca de seis mil folhas manuscritas, cronologicamente situadas, na sua grande maioria, entre meados do século XVIII e a primeira metade da centúria seguinte. A temática desta documentação diz respeito às relações entre as autoridades portuguesas e chinesas a propósito do território de Macau, versando múltiplos e variados temas, no âmbito dos contactos ofic

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Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990.

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1539

Logo após a conquista da Índia, Afonso de Albuquerque não só ampliou os arsenais e estaleiros que encontrara, em Goa, como ainda aproveitou o material bélico, que os seus adversários deixaram como despojos, para dele enviar amostras a el-Rei, acompanhadas de alguns operários, que o fabricavam, e, com larga visão, a um tempo prática e diplomática, determinou que os fundidores nativos continuassem a trabalhar no arsenal daquela Cidade. Também, em Cochim, onde, no 'almazem' aí existente se acumulou, anos mais tarde, grande soma de peças de artilharia fundidas nessa Cidade, ficou Afonso de Albuquerque de posse de idênticos estabelecimentos que foram ampliados, por Nuno da Cunha, durante cujo governo a arte de fundição alcançou, na Índia, o zénite do seu desenvolvimento. Aí, bem como em Goa, durante largos anos, deu prova da sua perícia, uma plêiade brilhante de fundidores, a cujo labor se devem curiosos exemplares, que permitem avaliar do grau de desenvolvimento que a arte de fundição atingiu, no Oriente Português, nos séculos XVI e XVII. A abrir esta galeria, de famosos fundidores, surge JOÃO LUIS, condestável-mor dos bombardeiros que, provavelmente, no tempo de Afonso de Albuquerque, iniciou a sua carreira na Índia, onde depois laborou longos anos, até, pelo menos, a 1546. Aí, pôs à prova a sua vasta aptidão, não só de fundidor de bocas de fogo e de moeda de cobre, com que eram pagos os operários que trabalhavam no cerco de Goa como, ainda, reparava as carretas de artilharia e superentendia no apetrechamento das armas e fortalezas sendo, a ele, igualmente, devida a invenção de um engenho para, mais aperfeiçoadamente, se fabricar a pólvora. Contemporâneo de João Luis é FRANCISCO ANES, que fundiu, igualmenre, muita artilharia, como se deduz da seguinte referência às existências, em 1525, no armazém de Cochim. Outro célebre artista que laborou, na Índia, e do qual existe uma carta para El-Rei, datada de Goa, a 16 de Outubro de 1539, foi, como nessa mesma carta o seu autor afirma, ao fazer a sua autobiografia: 'JOÃO VICENTE, fundidor que agora está em Goa por mestre da fundição, faz saber a Vossa Alteza em como vim a estas partes em tempo de Diogo Lopez de Sequeira e achei nos armazéns e feitorias muitos fumdidores da terra em casa de João Luis comdestabre mor'. Contemporâneo de João Vicente é o célebre REIMÃO, do qual embora não existam documentos oficiais que se lhe refiram, ficaram as suas obras a atestar a sua perícia como fundidor. Ouuos nomes ilustram esta lista de fundidores, que vimos apresentando, tais como, FERNANDO ANES ou FANES, do qual se conhece uma bombarda de aduelas de ferro, que se pode admirar no Museu Militar e que, juntamente com a já citada do célebre Reimão, fora embarcada, em Diu, onde se encontrava. A par destes ilustres fundidores, distingue-se, na segunda metade do século XVI, a celebre família BOCARRO, cujo elemento é FRANCISCO DIAS que, em 1589, devido a estar doente e velho, é substituido por dois fundidores, mais jovens, para tal fim, propositadamente enviados do reino ao governador da Índia, D. Duarte de Menezes, como consta de uma carta de El-Rei, datada de 6 de Fevereiro daquele ano dirigida ao referido governador e, na qual ainda se recomenda que, apesar da muita artilharia já fundida, continue fundindo mais. Por morte de Francisco Dias passa o cargo de mestre de fundição de artilharia, do Estado da Índia para seu filho, PERO DIAS BOCARRO, nomeado pelo governador D. Duarte de Menezes e confirmado no cargo por Filipe I, a 12 de Outubro de 1590. A este fundidor se devem, também, duas colubrinas de bronze que, em 1837, existiam em Goa, uma das quais, em 1841, foi transformada em moeda, em 1841. Com o mesmo apelido e pertencente, muito provavelmente, à mesma família, temos notícia de JERÓNIMO TAVARES BOCARRO, que sendo nomeado para o cargo de mestre de fundição de artilharia do Estado da Índia pelo vice-rei Luis de Mendonça Furtado e Albuquerque, Conde de Lavradio, foi confirmado no mesmo cargo, por carta régia de 21 de Novembro de 1674, sendo, com este apelido, o último fundidor de que há notícia naquele estado. Não foi, apenas, na Índia, que, nos séculos XVI e XVII, floresceu a arte de fundição, como atrás ficou referido. Também na Cidade de Macau e de uma forma talvez até mais brilhante do que na Índia, essa arte se desenvolveu, durante quase meio século, mercê dos incontestáveis méritos de dois membros da famosa família BOCARRO. O artilhamento das fortalezas da cidade foi, desde logo, um dos problemas que mais o interessou, tendo, para o resolver, instalado, nesse mesmo ano de 1623, com o patrocínio do vice-rei da Índia, Conde de Linhares, próximo da fortaleza do Bomparto, no local conhecido por Chunambeiro (nomederivado do facto de, aí, se fabricar cal de ostra, produto este que se designa por chunambo ou chunamo), uma fundição de bronze e ferro, de que, ainda no século passado, se notavam vestígios. Instalada devido às necessidades provenientes do perigo latente da ameaça estrangeira, em especial holandesa, ameaça que a distância de Goa ainda tornava maior por dificilmente poder, daquela Cidade, vir rápido e eficaz auxílio militar. A fundição do Chunambeiro, que se destinou, inicialmente, a prover de bocas de fogo as fortalezas de Macau, em breves anos teve uma mais vasta projecção, ao tornar-se o principal centro abastecedor das naus e praças de guerra portuguesas, não só da Índia, como de todo o Extremo Oriente, tendo ainda daqui sido enviadas peças ao Continente e, não poucas, à própria China, as quais, ao mesmo tempo que serviram de auxílio militar, foram um precioso instrumento diplomático para a consolidação do prestígio do nome português na rica e enigmática Corte de Pequim. Foi devido ao auxílio militar, várias vezes prestado por Macau à famosa dinastia Ming 明, no século XVII, em que a parte preponderante coube à artilharia, não apenas em homens, como em material, grande maioria dele assinado com o nome BOCARRO, que a então opulenta e invejada Cidade do Nome de Deus, venceu graves crises da sua existência. Desde o seu estabelecimento até 1625, a fabrica do Chunambeiro foi dirigida por Pera Dias Bocarra que, para tal fim, em 1623 se transferira da Índia para esta Cidade, e, desde aquela data, por seu filho, o célebre MANUEL TAVARES BOCARRO, natural de Goa, o qual como fundidor trabalhou em Macau desde 1625 até 1656 e, desde o ano seguinte até 1664, desempenhou o cargo de Capitão Geral da Cidade, ignorandose se morreu aqui, nesse ano, ou se regressou a Goa, a fim de internar as filhas no Convento de Santa Mónica, como era seu desejo. A máxima produtividade da fundição de Macau, que se sobrepôs, em importância, às suas congeneres da Índia, foi atingida sob a égide deste famoso fundidor e, embora não tenhamos conhecimento que bocas de fogo hajam sido fabricadas, nesta Cidade, após 1656, altura em que Manuel Tavares Bocarro deixou de exercer as funções de chefe da fundição, é de admitir que, pelo menos até 1664, haja ela laborado, por até essa data ele ter estado à frente dos destinos da Cidade, sendo, assim, talvez nesse ano, que para sempre se extinguiu o intenso labor da famosa fábrica do Chunambeiro. Poucos anos volvidos, o vice-rei da Índia, em carta datada de 2 de Setembro de 1630, comunica para o Reino, que voltara a pedir ao Capitão-Geral de Macau, D. Jerónimo da Silveira, que fossem enviados, desta Cidade para Goa, mais alguns daqueles artistas e, em 1632, é Lisboa que recomenda que, devido ao facto de na capital da Índia se poder lavrar artilharia de ferro coado, fossem para lá imediatamente enviados os artífices chinas necessários para tal fim. Ao mesmo tempo que se diligenciava para obter fundidores em Macau, para servirem em Goa, encarou-se o problema da fundição do ponto de vista económico, como se deduz de uma carta, de 15 deMarço de 1630, com instruções de El-Rei sobre as amostras de ferro enviadas da China e de duas outras, respectivamenre de 9 de Janeiro de 1632 e de 14 de Março do mesmo ano, dirigidas ao vice-rei da Índia, em que lhe é pedido o resulrado dos exames das referidas amostras. Mas tais análises houvessem provado não ser o referido ferro de boa qualidade, havendo, na Índia, grande falta dessa matéria-prima, que com dificuldade se obtinha para outros fins, e, ainda, devido ao facto de ser mais barato o fabrico de peças nas fundições de Biscaia, foi em 8 de Março de 1634 ordenado, ao vice-rei da Índia, que informasse o Reino dos calibres mais necessários e da artilharia de que aquele Estado mais necessitava, a fim de que as fundições biscainhas fossem feiras as encomendas julgadas convenientes. Não obstante, porém, todas estas circunstâncias, continuou a fundição do Chunambeiro, durante vários anos, a prover a todas as necessidades, não só da Índia, como do Extremo Oriente Português, como o provam as constantes instruções, sobre tal assunto, dadas por Lisboa ao vice-rei da Índia. Assim, em carta datada de 23 de Fevereiro de 1633, El-Rei recomenda ao Conde de Linhares que, em Macau, se continue a fundir artilharia para guarnecer as fortalezas daquele Estado, mas como certamente estas ordens não foram integralmente cumpridas, volta, em 28 de Março de 1635, a insistir na necessidade de se aproveitar a fundição do Chunambeiro. Anos mais tarde, em 1636, novamente é ordenado ao vice-rei da Índia, Pedro da Silva, que procurasse com todo o cuidado que em Macau se fizessea fundição de artilharia de ferro coado e, como, 'ao fundidor Portuguez que lá assistia (Manuel Tavares Bocarra) se lhe hauia concedido liçença para vir a Goa em consideração do que sucedesse ao Mestre da fundiçaõ seu pay (Pedro Dias Bocarro)'. EI-Rei em carta de 1640 recomenda que 'trateis com particular cuidado de que se continue a fundiçaõ de Artelharia no tempo de vosso Gouerno, pois hé taó neçessaria como se reprezenta para as Armadas desse Estado, enão dareis Liçença aos fundidores ... pella grande falta que faraó nessas partes naó os hauendo nellas'. Embora a fundição de Macau pudesse, devido à sua intensa produtividade, prover as necessidades da Índia, o bloqueio permanente do estreito de Singapura, pelas esquadras holandesas, tornou impossível, a partir de 1634, o transporte para Goa das peças produzidas na fábrica do Chunambeiro. Para obstar, porém, a esta dificuldade, os portugueses passaram, a partir daquela data, a fretar navios ingleses para o transporte para a Índia, das peças produzidas em Macau, quer de bronze, quer de ferro, assim iludindo a vigilância dos holandeses. O London foi o primeiro da série dos navios que, durante anos, escoaram desta Cidade os produtos da sua fundição, até que, porém, em 1643, o Bona Speranza, empregado com o mesmo fim, foi capturado no estreito de Malaca o que, representando a descoberta do estratagema, anulou a possibilidade de ser exportado o material de artilharia aqui fabricado. situação, porém, não tardou a modificar-se pois, por carta de 24 de Março de 1643, o vice-rei da Índia recebe instruções de Lisboa, para, devido ao facto de entre Portugal e Holanda se ter celebrado uma trégua de dez anos, aproveitar essa circunstância a fim de seguir, para Goa, as peças fundidas e acumuladas em Macau. Assim, em 1654, foram enviadas para a Índia e para Portugal, algumas centenas de peças de artilharia, grande número das quais seguiu no galeão São Pedro enviado, especialmente para esse fim, de Goa a Macau. Os anos decorreram e da arte de fundição, que atingiu alto nível no Oriente Português nos séculos XVII e XVIII, hoje restam, apenas, alguns poucos exemplares que lograram escapar à fúria destruidora dos Homens. O desmembramento do Império Português do Oriente, levou à gradual diminuição, até total extinção, da capacidade produtora, não só na Índia, onde a arte balística foi, brilhantemenre cultivada, como também em Macau, onde ela decaiu, após cerca de meio século de fecundo labor da famosa fábrica do Chunambeiro. A incúria e a ignorância dos homens, aliada à acção destruidora do tempo, permitiram o desaparecimento de muitos dos preciosos exemplares de peças de anilharia atrás referidos, mas outros ainda hoje são conservados como relíquias. [F.S.A.]Bibliografia: AMARO, Fernando da Silva, 'Fundição e Fundidores de Artilharia' in Revista de Artilharia, n.os 413-414, 329-346, (Jan.-Fev. 1960).

1584

No dia 21 de Novembro de 1584, foi efectuado, na missão de Shiu-Hing, estabelecida pelos padres Matteo Ricci e Michele Ruggieri, o primeiro baptismo solene de dois conversos chineses.

1598

No dia 21 de Novembro de 1598, carta régia ao Vice-Rei da Índia, D. Francisco da Gama, acusando a recepção da sua participação de que o Ouvidor de Macau não estava procedendo bem e confirmando a resolução de o mandar regressar.

1653

No dia 21 de Novembro de 1653, faleceu nesta cidade o jesuíta Francisco Furtado, natural dos Açores (Faial, 1589), que chegou a Macau em 1619. Entrou a missionar na província de Tchit-Kong no ano de 1621, depois na província de Sim-Sai, onde estabeleceu uma igreja em Sai- On-Fu, a capital, tendo deixado várias obras escritas em chinês. Foi Vice-provincial e Visitador na Missão da China, e ainda Superior, em Pequim, de 6 residências do Norte.

1680

O Padroado português consistia num conjunto de privilégios e encargos concedidos pela Igreja a um fundador de igrejas, capelas e benefícios. Com efeito, quando o país se lançou para a expansão, houve a necessidade de evangelizar, espalhando a fé católica. Para isso, o Estado Português fez grandes investimentos, não só na construção de igrejas e outros imóveis, como apoiando a Igreja em geral pelos locais longínquos por onde andavam. O Estado Padroeiro devia assim manter e proteger o Padroado, podendo correr o risco de perder o conjunto de privilégios honoríficos a que tinha direito, caso não soubesse respeitar as regras estipuladas. Fundamentalmente a Portugal interessava-lhe o papel de padroeiro, não só pelo direito de apresentação como também pelo trabalho dos missionários, que evangelizando os povos que encontravam, abriam caminho para o bom entendimento com a parte comercial e política de Portugal. Esta ‘aliança’ funcionava muito bem nos dois sentidos. O Padroado português estendeu-se por todo o vasto império e apenas no Oriente teve de suportar a concorrência de estranhos, isto é, de outros padroados europeus, devido ao facto de países desse continente terem penetrado na zona de influência portuguesa. Em consequência da vasta expansão de Portugal e Espanha, a Santa Sé interessou-se pelos problemas missionários, surgindo em 1572 a Comissão Pontifícia da Propaganda Fide que se transformou em Congregação em 1622. O Padroado português, basicamente apoiado pela Companhia de Jesus, entrou em confronto com a Propaganda Fide. Com efeito, enquanto que para o primeiro era fundamental o serviço dos missionários para a coroa portuguesa, a segunda vai ter em atenção os interesses da Santa Sé e dos estados ligados a ela. Após a revolução de 1640, Portugal levou 28 anos para ser reconhecido como estado independente pelo Vaticano, situação muito inconveniente para o país, porque os bispos que entretanto faleciam não eram substituídos. Nessa época, a França tinha por monarca Luís XIV (1643-1715). O rei e o Cardeal Mazarino, apercebendo-se das potencialidades evangélicas no Oriente, e por iniciativa do padre Alexandre Rhodes, jesuíta francês, foram criar, em 1651, a Société des Missions Etrangéres de Paris, que se tornou subsidiária da Propaganda Fide. Em 1658 foram nomeados os primeiros vigários apostólicos: François Pallu, bispo de Heliópolis, e Pedro da la Motte Lambert, bispo de Berito. Os missionários tinham poderes muito latos, dependendo directamente de Roma, ao contrário dos seus congéneres do Padroado, sujeitos em primeira instância à coroa portuguesa. O Vaticano consideravase no direito de ir evangelizar o Extremo Oriente e, devido a isso, enviava os seus representantes independentemente do soberano português. A luta de influências tornou-se particularmente aguda para Portugal, em consequência das dificuldades internas que o país atravessava. Quando em 1668 a Santa Sé e a Espanha reconheceram a independência portuguesa, teve lugar uma certa pausa nos atritos, porquanto os missionários do Padroado, principalmente jesuítas, foram obrigados a aceitar o trabalho evangélico dos companheiros da Propaganda Fide. Assim passou a ter consistência a ideia que os elementos do Padroado deviam circunscrever a sua actividade missionária apenas às zonas politicamente dominadas por Portugal. E dessa forma tornava-se a levantar o conflito de religiosos, alicerçado nos interesses políticos, com maior força, pois os missionários da Companhia de Jesus há muito que tinham penetrado em países como a China, onde gozavam de enorme prestígio junto do monarca. Num documento de 1679 é referida a pretensão dos missionários franceses embarcarem para o Extremo Oriente através de Portugal, falando o documento em cerca de 1200 elementos prontos para realizarem a viagem. E como apenas era permitido aos habitantes de Macau irem até Cantão, o projecto consistia em chegar à praça portuguesa no Sul da China, para posteriormente penetrarem em território chinês. Apesar do documento aparentemente conter um certo exagero, o certo é que a pretensão da passagem da Propaganda Fide e, por conseguinte as Missions Etrangéres de Paris, pela praça portuguesa foi um facto. Em 1697, D. Pedro II, numa consulta feita ao Conselho Ultramarino, abordou justamente este assunto, dando o referido Conselho um parecer negativo. Os elementos da Propaganda Fide, de origem francesa, instalaram-se na zona da Conchinchina, abrangida pela zona do Bispado de Malaca, e realizavam os seus serviços religiosos entrando em verdadeiro antagonismo com os missionários do Padroado, não só porque punham em causa o lugar por estes ocupado, como também tinham uma atitude missionária face aos fiéis bastante diferente da executada pelos missionários do Padroado. Para os franceses, não consistia grande problema ordenar sacerdotes entre os indígenas e deixá-los celebrar missas. Tal procedimento provocou uma grande onda de protestos por parte dos jesuítas. Datadas dessa época existem uma série de cartas onde se acusam formalmente os clérigos franceses de denegrirem a imagem dos Jesuítas. No entanto, dois documentos datados de 1683 e que se encontram no Arquivo Histórico Nacional de Madrid, realçam as razões que deviam presidir à não-aceitação da autoridade dos missionários franceses e as razões que levavam exactamente à situação contrária. Assim, não deviam ser aceites porque em 1.º lugar, quem tutelava os missionários em zona de influência portuguesa era o rei de Portugal; em 2.º lugar, havia que evitar prejudicar o seu direito real em terras do Oriente; e em 3.º lugar, os franceses desejavam evitar missionários sujeitos à coroa portuguesa nas suas missões. As razões contrárias são expostas da seguinte forma: 1.º era desejo de Sua Santidade que os missionários da Propaganda Fide tutelassem a evangelização do Sudeste Asiático; 2.º para que não se confirmasse que os elementos do Padroado eram soberbos e não queriam estar sujeitos a Roma; em 3.º para evitar perder as missões do Oriente; e em 4.º para impedir os escândalos que haveria com os novos sacerdotes ordenados, devido a estes não terem poderes para administrar sacramentos. Da análise destas duas perspectivas torna-se perceptível que existia uma diferença da filosofia religiosa bastante significativa. As questões eram constantes de ambas as partes como, por exemplo, em 21 de Novembro de 1680 Felippe Marino escrevia uma carta dizendo que circulava o boato em Macau que a praça tinha sido vendida ao rei de Espanha e que os missionários da Propaganda Fide viriam substituir os elementos do Padroado português e, como tal, os jesuítas já nada tinham a esperar desta terra. Para esse clérigo, como para a maior parte dos missionários do Padroado, a simpatia pelos seus congéneres da Propagande Fide era bem pouca, como atesta uma outra carta escrita no mesmo dia que a anterior e dirigida ao vice-rei da Índia António Paes de Sande, onde se dizia que os referidos missionários eram pecadores e ensinavam a pecar A situação de pressão constante e instabilidade já tinha levado o Príncipe D. Pedro a escrever duas cartas para o vice-rei de Goa em 1681, onde tendia a proteger os interesses do Padroado português, sendo essa preocupação uma constante por toda a década. Aparentemente, devido à forte oposição dos elementos do Padroado Português à entrada dos clérigos franceses, estes chegaram ao ponto de tentarem entrar na zona do Sudeste Asiático disfarçados. Na Europa (França) tinham conhecimentos destes atritos, com grande descrédito para os missionários do Padroado, principalmente para os Jesuítas. Segundo Silva Rego, o enfraquecimento do Padroado foi devido a golpes vibrados pelos próprios portugueses e não por influência directa da Propaganda Fide. Com efeito, os ataques constantes às possessões portuguesas e consequente perda das mesmas, a diminuição do número de missionários enviados para as zonas abrangidas pelo Padroado, o aumento da riqueza religiosa e degeneração dos religiosos para coisas temporais, o desaparecimento parcial do fervor religioso inicial devido ao infiltração do espírito argentário nas casas religiosas e da missionação ter perdido um tanto do seu aspecto romântico, teriam sido as principais razões para o declínio do Padroado português. [A.N.M.] Bibliografia: BOXER Charles R., Fidalgos no Extremo-Oriente 1550-1770, (Macau, 1990); CARMO, António, A Igreja Católica na China e em Macau no Contexto do Sudeste Asiático, (Macau, 1997); REGO, António da Silva, O Padroado Português no Oriente e a sua Historiografia, (Lisboa, 1978).

1707

No dia 21 de Novembro de 1707, decidiu-se dar ao Procurador Gaspar Francisco da Silva, que ia para o Reino, 300 taeis e 10 peças de damasco para seus gastos; este partiu a 14 de Janeiro de1708, na nau N. Sr.ª de Mazagão, conseguindo ali obter a confirmação dos vinte e oito privilégios da cidade de Macau cujos alvarás se guardaram no Arquivo do Senado, estando hoje à guarda do Arquivo Histórico de Macau. Regressou a Macau a 16 de Julho de 1710.

1719

No dia 18 de Setembro de 1719, pela Constituição Ex illa die, Clemente XI nomeou Visitador apostólico e legado a latere para as Missões do Extremo Oriente Carlos Ambrósio Melchior Mezzabarba, que partiu de Roma a 4 de Outubro e de Génova a 21 de Novembro para Lisboa, onde se demorou até Março de 1720.

1728

No dia 17 de Janeiro de 1728, D. Alexandre Metelo de Sousa e Meneses embarcou na Praia Pequena, acompanhado pelo Governador e grande número de cidadãos e moradores. Com ele ainda as três companhias, guarda e pessoal do séquito da luzida embaixada que D. João V enviou à China; utilizou a mesma vistosa ponte que fora armada quando veio de Cantão, para seguir para a nau Madre de Deus, que o deveria conduzir ao reino. O Senado de Macau dispendeu trinta mil taeis com esta embaixada. Ao chegar a Lisboa (21 de Novembro) foi nomeado conselheiro do Conselho Utramarino.

1830

No dia 21 de Novembro de 1830, em sessão do Leal Senado menciona-se o pedido da Santa Casa da Misericórdia para fazer um Recolhimento para meninas órfãs (o anterior, fundado pela Santa Casa em 1726, foi extinto em 1737 e substituído em 1792 por outra instituição fundada pelo Bispo D. Marcelino da Silva).

1834

No dia 21 de Outubro de 1834, o Governador Bernardo José de Sousa Soares de Andrea intimou os conventos para o cumprimento do Decreto de 28 de Maio desse ano, que extinguiu 25 ordens religiosas. Mas em Macau o Decreto só teve completa execução em 1835 (Outubro). No dia 21 de Novembro do corrente ano, o Pe. Joaquim José Leite envia ao Senado, a requerimento deste, a relação de bens do “Real Seminário de S. José”. (Cfr. Fundo do Senado, A.H.M. - Registo dos Ofícios e Cartas desde 1832 a 1837, fl. 67-68).

1855

No dia 21 de Novembro de 1855, é criado o Hospital Militar, sendo extinta a partir de 1 de Dezembro a Enfermaria Militar do Batalhão d’Artilharia, estabelecida pelo Decreto de 13 de Novembro de 1845. (Cfr. P. P. n.º 73) Os soldados, porém, só a partir de 6 Julho de 1857, passaram a ser tratados no novo Hospital Militar, no Convento de Santo Agostinho (que passou para o domínio da Fazenda) onde se podiam acomodar 68 camas e movimentar 710 soldados doentes por ano. Mas o edifício (que serviu até Janeiro de 1874) era velho, o que ditou nova construção. Cfr. esta Cronologia…, 1872, Dezembro, 1.

1921

Célebre empresário e filantropo de Hong Kong e Macau, nasceu em Hong Kong, no dia 21 de Novembro de 1921. Em 1941, com a invasão dos japoneses em Hong Kong, veio para Macau. Aqui prosperou e tornou-se, mais tarde, num homem de negócios com múltiplas actividades, das quais se podem destacar o jogo. Em 1962, obteve o monopólio da exploração do sector dos jogos, que manteve até 2001, quando se deu a liberalização do mesmo. É presidente da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, SARL, com acumulação de muitos outros cargos administrativos de instituições financeiras, de utilidade pública e firmas comerciais. Foi galardoado com muitas medalhas intencionais. Recebeu o doutoramento honoris causa da Universidade da Ásia Oriental e da Universidade de Hong Kong. Foi vice-presidente da Comissão Preparatória da Região Administrativa Especial deMacau e vice-presidente da Comissão Preparatória da Lei Básica de Macau. [J.G.P.]Bibliografia: FERNANDES, Moisés Silva, Sinopse de Macau nas Relações Luso-Chinesas 1945-1995: Cronologia e Documentos, (Lisboa, 2000); LENG Xia, He Hongseng Zhuan [Biografia de Stanley HoJ, (Hong Kong, 1995); LIMA, Fernando, Macau: as Duas Transições, (Macau, 1999); WU Zhiliang; IEONG Wan Chong, Enciclopédia de Macau, (Macau,1999); XIAO Liang, Aomen Duwang [O Rei dos Jogos de Macau], (Haerbin, 1999); Xinhuashe [Agência Noticiosa Nova China], He Hongseng [Stanley Ho, uma Fotobiografia], (Beijing, 1999); YANG Zhongmei, Duwang He Hongseng Zhuanqi [Lendas de Stanley Ho, Rei dos Jogos], (Taipei,2001); ZHU Chunting, He Hongseng Zhuan [Biografia de Stanley Ho], (Guangzhou, 2001).

1929

No dia 21 de Novembro de 1929, Lui-Kim-Batt e Vong-Sec-Ün são nomeados para fazerem parte como vogais, da Comissão Consultiva

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