Era Irmão-coadjutor da Companhia de Jesus, tendo nascido provavelmente em Macau, em 1698. Entrou para a Sociedade de Jesus com vinte anos de idade. Era guarda da Ilha Verde quando, em 5 de Julho de 1762, foi preso no Colégio de S. Paulo, com todos os seus companheiros de religião, por ordens do Marquês de Pombal. Em 5 de Novembro do mesmo ano, embarcou com os seus 24 confrades para o Forte de S. Julião da Barra, situado na foz do Tejo, em Lisboa. Foi ele, no entanto, que salvou o precioso arquivo de S. Paulo, quando, a partir de 1758-1759, fora ditada a sorte a todos os Jesuítas portugueses: ficarem sem casas e sem liberdade. Em tais circunstâncias, o Irmão Álvares, que havia sido colaborador e sucessor do Padre José Montanha, em Macau, na cópia dos documentos do Arquivo do Japão, na década de 1740-1750, preparou, por volta de 1760, quatro caixas de madeira e nelas colocou os documentos originais, enviando-os seguidamente para Manila. João Álvares esperava, decerto, a sua devolução, logo que passasse o furor de Pombal. Mas tal não aconteceu, pois sete anos mais tarde, a Companhia de Jesus era igualmente dissolvida em Espanha. Os originais de Macau foram, então, enviados para Madrid. Hoje podemos consultá-los aí, cerca de seis a sete mil folhas, tanto na Real Academia de História, como na Biblioteca Nacional, graças aos esforços do Padre Josef F. Schutte, que concluiu as suas investigações por volta de 1960. Notemos, outrossim, que cópias destes originais se encontram na Biblioteca da Ajuda em Lisboa, na colecção Jesuítas na Ásia, contendo a assinatura de João Álvares. Bibliografia: DEHERGNE, Joseph, S.J., Répertoire des Jésuites de Chine de 1552 à 1800, (Roma, 1973); BAPTISTA, António Rodrigues, A Última Nau – Estudos de Macau, (Macau, 2000).

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Data de atualização: 2020/04/16