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BUTT, YONDANI (?-?). Director de orquestra. Nascido em Macau, emigrou primeiramente para o Canadá e, mais tarde, para os Estados Unidos, onde estudou música nas Universidades de Indiana e Michigan. É também detentor do grau de doutor em Química, área na qual tem publicado trabalhos de pesquisa. Fundador da Symphonie Canadiana, agrupamento que liderou em diversas digressões pela América do Norte é, desde 1983, maestro residente do Victoria International Festival, onde foi criador da série de Concerti Extravaganza. Tem dirigido orquestras sinfónicas nos EUA, América Latina, Ásia e Europa, tais como a Philharmonia, London Symphony, Royal Philharmonic, American Symphony, Orquestra Sinfónica del Estado de Mexico, Singapore Symphony e Seoul Philharmonic. A sua extensa discografia, para o selo britânico ASV, inclui obras de Saint-Saëns, Elgar, Sibelius, Lalo, Glazunov, Grieg e Kodály. Considerado “dinâmico, vigoroso e inovativo”, a sua gravação da Rustic Wedding Symphony, de Goldamrk, recebeu, em 1992, o prémio da crítica da revista inglesa Gramophone. Bibliografia: GLAZUNOV, Alexander, Folheto do CD Symphonies Nos. 4 & 5, Philharmonia Orchestra, Yondani Butt Conductor, ASV Digital CD DCA 1051, 1999.
BUTT, YONDANI (?-?)
CASTRO, PADRE ÁUREO DA COSTA NUNES E (1917-1993). Compositor, pedagogo e maestro, nasceu nos Açores, ilha do Pico, em 1917, e faleceu em Macau, em 1993. Iniciou seus estudos musicais em família. O seu primeiro contacto com a música ocorreu quando era ainda criança no coro da igreja da freguesia da Candelária, onde vivia, no qual cantou como sopranino. Sobrinho de Dom José da Costa Nunes e Castro, Bispo de Macau, é trazido, em 1931, para Macau, para frequentar o Seminário de São José onde estuda Teoria, Solfejo e Harmonia com os padres Wilhelm Schmid (n. 1910) e António André Ngan (1908-1982). É ordenado sacerdote em 1943 tendo sido, a partir de então, nomeado para vários cargos eclesiásticos em Macau: capelão e vigário paroquial da Sé Catedral, director do semanário católico O Clarim, pároco da Igreja de S. Lourenço. Foi também professor das disciplinas de Canto Coral, Religião e Moral no Liceu Nacional Infante D. Henrique e na Escola Comercial Pedro Nolasco. Em 1951 fez os exames do Curso Geral, como aluno externo, no Conservatório Nacional de Lisboa. Mais tarde, obtém permissão para permanecer em Lisboa e continuar os estudos musicais. Forma-se em Composição com distinção pelo Conservatório Nacional (onde também estuda canto e piano com Biermann, Arminda Correia e Croner de Vasconcelos), na classe do compositor e pianista Croner de Vasconcelos (1910-1974). Ainda estudante, é assistente, em Lisboa, do maestro e musicólogo português Mário Sampayo Ribeiro (1898-1966) no Coro do Centro Universitário da Universidade de Lisboa. Retorna a Macau em fins de 1958, onde é colocado como professor de música do Seminário de S. José. Em 1959 funda o Grupo Coral Polifónico e, em 1962, juntamente com o Padre Cesare Brianza (1918-1986), cria a Academia de Música S. Pio X, existente até hoje. Em 1983, ao lado de Stuart Bonner, cria a Orquestra de Câmara de Macau, composta por músicos amadores e professores da Academia, mais tarde absorvida pelo Instituto Cultural de Macau. Animador e entusiasta das actividades musicais, Áureo Castro, dedicou-se sempre à Composição, tendo escrito um grande número de obras para coro, de câmara e peças para piano. Suas obras abrangem um grande diversidade de estilos musicais (que vai de fugas barrocas a música de inspiração chinesa), e revelam a sólida formação teórica e técnica aprendida em Lisboa com Croner de Vasconcelos, emoldurada por uma rica inspiração melódica, onde, com frequência, são encontradas influências das tradições musicais orientais, das quais era profundo conhecedor. É autor de diversas obras para piano e órgão, coro e um Te Deum para coro e grande órgão (mais tarde transcrito para orquestra) que foi apresentado em Lisboa, merecendo de Croner de Vasconcelos o comentário: “até que enfim aparece neste país uma obra deste género.” As obras de inspiração chinesa de Áureo Castro não correspondem à estereotipada imagem sonora de um oriente distante, fantasioso e mágico tal como definido por Edward Said e que nos habituamos a encontrar nas obras dos compositores orientalistas europeus do século XIX. Suas composições, ao contrário, possuem uma linguagem extremamente original: um autêntico hibridismo musical onde encontramos reconciliadas a harmonia tonal ocidental e o modalismo pentatónico chinês. Estas características, raramente encontradas num compositor ocidental, fazem com que Áureo Castro ocupe um lugar especial na história do encontro musical entre e o Ocidente e o Oriente. – Obras. 1. Música Sinfónica. Tocata e Minuete em ré menor (Transc. para quarteto de cordas da peça com o mesmo nome de Carlos Seixas); Scherzo (Orq. para grande orquestra do Scherzo da Sonata no 12, Op. 26, em lá bemol de L. van Beethoven). 2. Piano ou Órgão. Fuga em lá bemol, a três partes. 3. Piano. Suite China (Cenas de Macau), em três andamentos; Três corais sobre melodias gregorianas; Sonata n.º 1, Allegro (incompleta); Sonata n.º 2, Allegro (incompleta); Sonatina; Danças da Siu Mui Mui, em três andamentos; Nostalgia. 4. Órgão. Fuga coral em Mi Maior. 5. Canto e Piano/ Órgão. Te Deum Laudamus; Hino (Texto de Osório Goulart). Lembra-te Papá (Texto de Santa Teresinha); A Recalling Moonlight; Hossana (Moteto para canto e órgão); Oração da Noite; Lembrai-vos; 1961, Dá shê tchin mei; Carandá Madu; 1972, Menina de Olhos Verdes (poema de Luís de Camões); Oração da Noite (Canção religiosa para canto e órgão); Duas Melodias Religiosas para uso Litúrgico. 6. Coro e Orquestra. Te Deum Laudamus; Adeste Fidelis; Hodie Christus Natus est (arr. para orquestra de câmara e coro a quatro vozes mistas da canção de Natal da autoria de Feltz); Santa Cecília (Cantata para solo, coro e orquestra de câmara. Incompleta). 7. Coro a Capella. Música de Cena para o “Auto da Alma” de Gil Vicente (Três vozes iguais); O Menino está dormindo (Cânone circular duplo para seis vozes); Ay, Santa Maria (Arr. para três vozes iguais de vilancico de autor anónimo); Stella de dia (Arr. para quatro vozes iguais de uma cantiga de Afonso, o Sábio); Jesus a dormir(Moteto para quatro vozes brancas); Milho Verde (Harm. para três vozes masculinas de canção popular); Hodie Scietis (Moteto para três vozes brancas); A Belém Pastores (Arr. para coro de quatro vozes mistas de canção natalícia portuguesa); Christmas is begun (Harm. para coro de quatro vozes mistas de canção natalícia); Seniores Populi (Responsório da Semana Santa, para coro de quatro vozes mistas); Seniores Populi (Responsório da Semana Santa, para coro de três vozes masculinas); Puer Natus – Allelluia (Harm. para quatro vozes masculinas de canção trad. natalícia inglesa); O Senhor é meu amparo (Invocação para quatro vozes mistas); Cor Jesu (Jaculatória para três vozes iguais); Pie Jesu (Jaculatória para três vozes iguais); A Vós Senhor (Harm. para quatro vozes mistas de melodia da autoria do Padre Alfredo); Neve, Neve sem cessar (Harm. para quatro vozes mistas de canção popular russa); O Quam Suavis (Moteto para três vozes mistas); Et Incarnatus (Moteto para três vozes mistas); Hung tau tsi (Harm. para soprano solo e quatro vozes mistas de canção chinesa); Hu pien shau nu (Harm. para quatro vozes mistas de canção chinesa); Chian kun yu, miao fa (Coeli Enarrant Gloriam Dei, Arr. para quatro vozes mistas de melodia original de Chiang Wen Yeh sobre o salmo 19); Gong tsi fa tchoi (Harm. para quatro vozes mistas de canção chinesa comemorativa do Ano Novo Lunar); O Cor Amoris (Moteto para três vozes iguais); Cremos em vós (Moteto para três vozes iguais); Inter Vestibulum (Moteto para três vozes iguais); Dezoito melodias religiosas para uso litúrgico (para três e quatro vozes iguais); Astronautas do amor (para coro de três vozes masculinas, texto do Mons. Manuel Teixeira). 8. Coro com Acompanhmaento Instrumental. Te Deum Laudamus (para coro misto a quatro vozes e órgão). Cantica Psalmonica (Motetos salmódicos e pequenas peças para duas ou três vozes iguais, com acompanhamento de órgão baseadas nos salmos bíblicos); Cinco Motetos (para uma e duas vozes iguais e órgão, dedicados ao grupo coral da Igreja de S. Lourenço); Alma Minha Gentil (para coro de três vozes brancas e piano, sobre o soneto de Camões); Terra Tremuit (Moteto para quatro vozes masculinas e órgão); Surrexit Dominus (Moteto para três vozes mistas e órgão); Senhor, eu não sou digno (Moteto para duas vozes iguais e órgão); Panis Angelicus (Moteto para duas vozes mistas e órgão); Tantum ergo (Moteto para duas vozes mistas e órgão); Yu guan chu (Pescador de Rede, Harm. para quatro vozes mistas e piano de canção tradicional chinesa). – Cenas de Macau ou Suite China. Suite para piano, de Áureo da Costa Nunes e Castro, dividida em três andamentos, “Invocação”, “Oração num Templo Budista” e “Barcos-dragão”, também conhecida pelo nome de Suite China. Segundo notas escritas em 1976 pelo próprio compositor, “estas cenas, escritas quando o autor era ainda estudante do Conservatório Nacional, representam os primeiros passos em busca de uma linguagem harmónica a prescindir dos clássicos trâmites da harmonia tonal, e que pudesse, ao mesmo tempo, servir de roupagem a melodias do folclore chinês, muitas das quais se baseiam nas escalas pentatónicas. Composições originais, elas foram escritas com o único propósito de pintar algumas cenas de Macau com tintas a respirar a atmosfera chinesa das mesmas cenas. O primeiro número tenta descrever um pôr-do-sol na Barra, com o regresso dos barcos da pesca […]. Uma quase evocação. A segunda peça foi sugerida por uma oração num templo budista, com o canto melopaico dos bonzos acompanhado de ocasionais toques de sinetas e de gongs. A terceira, Barcos-dragão, é uma reminiscência da regata dos bar-cos-dragão realizada da Ilha Verde à Barra, quando, em 1932, Macau recebia, pela terceira vez, o governador Tamagnini Barbosa. Escrita em forma de sonata, a peça começa com ritmo e temas melódicos sugeridos pela calma do rio e a regata.” Bibliografia: BARRETO, Simão, “Áureo Castro (1917- 1993)”, in Revista de Cultura, n.° 26, II Série, (Janeiro-Março de 1996), pp. 131-140; CASTRO, Áureo da Costa Nunes e, Aurei Carmina, Obras para piano e órgão, (Macau, 2001); LYNN, Margaret, Folheto do CD Áureo Castro Piano Works, Phonoart PACD 005, (Macau, 2002); JARDIM, O. Veiga, “Música em Macau: Tema e Variações”, in Revista Macau, n.° 8, (Macau, 1992), pp. 146-154.
CASTRO, PADRE ÁUREO DA COSTA NUNES E (1917-1993)
Compositor nascido em Macau, em 1905, e falecido em Moscovo, em 1945. Originário de uma humilde família de pescadores, muito cedo fica órfão de pai. Muda-se para Singapura em companhia da mãe e aí recebe a sua primeira educação. Aos 14 anos, parte para Cantão na esperança de poder, com melhores condições, completar os estudos secundários. Com poucos recursos, viaja em 1926 até Pequim, onde consegue obter uma melhor instrução musical bem como aulas de violino no já extinto Colégio de Artes. Dois anos depois, tendo escolhido definitivamente a música como profissão, troca Pequim por Xangai, onde se matricula no Conservatório local. Após um curto período de permanência aí, é expulso devido ao seu envolvimento com o movimento nacionalista estudantil de 1929. Desgostoso com as circunstâncias, o jovem músico, então com 25 anos, decide emigrar para a Europa, escolhendo Paris como ponto de destino. Depois de efectuar um sem-número de actividades que lhe garantem a subsistência, entre as quais se contam as de baby-sitter, telefonista e copista de partituras, obtém um lugar no Conservatoire Superieur de Musique, frequentando as aulas de Vincent D’Indy e Paul Dukas. Após uma estadia de sete anos em França, continua a viver num estado de extrema pobreza, o que, apesar de tudo, não o impediu de continuar a compor abundantemente. Decide então retornar a China em 1935, a fim de buscar novas oportunidades. Encontra o país sacudido pela invasão japonesa e a opressão pela qual passava o seu povo faz com que lhe venham à tona as memórias do tempo das revoluções estudantis em Xangai. A partir de então, movido por um altíssimo espírito patriótico, engaja-se no movimento emancipador e escreve uma série de obras de cariz nacionalista. Compõe, neste período, aquela que seria a obra que o tornaria imortal e que, mais tarde, viria a dar origem ao Concerto para piano com o mesmo nome: a Cantata do Rio Amarelo. Após um breve período trabalhando em estúdios de cinema, é apontado em 1938 para director da Academia de Música de Lu- -Hsün (Lu Xun 魯迅). Uma vida atormentada, cheia de dificuldades e viagens constantes, debilita-lhe o organismo, já de si frágil por natureza. A tuberculose, na época um mal quase incurável, surpreende-o antes de completar quarenta anos de idade. Em 1940, viaja até Moscovo a fim de se tratar e continuar a aperfeiçoar os seus estudos. Após uma longa batalha contra a doença, não resiste, morrendo no Hospital Estatal daquela cidade, em 1945. A maioria das obras de Xian Xinghai冼星海, nas quais se incluem um concerto e uma sonata para violino, duas sinfonias, duas cantatas, uma ópera e um grande número de canções para coro, têm o propósito de reafirmar um estatuto ideológico definido e são o resultado da combinação das linguagens musicais chinesa e ocidental. Imitada por muitos outros após a sua morte, a música de Xian Xinghai冼星海 tem, no entanto, uma espontaneidade e altitude que a distingue de uma mera “música de regime” ou “música com fins políticos”. As suas obras têm, nas autênticas raízes populares folclóricas, a razão primeira de existência. Através da combinação das formas de expressão chinesa e ocidentais aprendidas em Paris, consegue ultrapassar as barreiras factuais das ideologias e das revoluções, revelando ao mundo o lado oculto de uma civilização que, de outra forma, muito dificilmente seria conhecido. – Principais Obras. – 1. Período Parisiense. Peças para piano, Suite Instrumental, Sonata para Violino e Piano, Quarteto para Cordas, Trio “Le Vent” para clarinete em Sib, soprano e piano (com texto em Francês), Canções “Poema Chinês Antigo”, “Nocturno”, “Pastoral”, e “Nas Montanhas” (com texto em Francês). – 2. Período de Xangai. 300 Canções Revolucionárias, Ciclo de 8 Canções “Vitória Conquistada” (incompleto), Canções subordinadas ao tema “Trabalhadores e Camponeses Dedicados ao País”, 3 Canções líricas (baseadas em poesia tradicional chinesa), Música para cinema (5 filmes), Música incidental. – 2. Período de Maturidade (A partir de 1939). Ópera “Marcha do Exército”, Coros patrióticos diversos, Dramas musicais, Poema sinfónico “A Libertação da Raça” e Cantata “Rio Amarelo”. [O.V.J.] Bibliografia: Xianxinghai Quanji, (Guangdong, 1990); Folheto do CD Yellow River Piano Concerto, de Xian Xianghai. Beijing Broadcasting Symphony Orchestra, Riccardo Caramella e Yuan Fang, Nuova Era 6722, (1988); SADIE, Stanley (ed,), The New Grove Dictionary of Music (Londres, 1980); Wang Ci Zhao, “A Vida e a Obra do Compositor Xian Xinghai”, in Revista de Cultura, n.° 26, (Macau, 1996), pp. 118-129.
XIAN XINGHAI 冼星海
Personagem: | Lam Bun-ching, 1954- |
Tempo: | Após o estabelecimento da RPC em 1949 até 1999 |
Desde o retorno à China em 1999 | |
1954 |
Fonte: | Dicionário Temático de Macau, Volume I, Universidade de Macau, 2010, p. 223-224. ISBN: 979-99937-1-009-6 |
Identificador: | i0001171 |
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