No dia 20 de Novembro de 1555, Fernão Mendes Pinto, então noviço da Companhia de Jesus, escreveu de Lampacau uma carta na qual historiou a sua chegada a Sanchoão, neste ano, e a sua viagem a Lampacau, na companhia do Pe. Belchior Nunes Barreto. Esta carta dirigida ao Pe. Baltasar Dias, Reitor do Colégio de Goa, é o primeiro documento conhecido em que aparece o nome de Macau, sob a designação de Amaquao ou Ama Cuao, mas a crítica afirma ser engano do copista, por Lampacao... (cfr. Kammerer, Albert, “La Découverte de la Chine par les Portugais au XVI ème siècle et la cartographie des portulans”. E. J. Brill. Avec des notes de toponymie chinoise par Paul Pelliot. T’oung Pao. Sup. ao Vol. XXXIX. Leiden, 1944). Catz, Rebeca; Francis M. Rogers. Cartas de Fernão Mendes Pinto e Outros Documentos. Ed. Presença/Biblioteca Nacional. Lisboa, 1983, p 61, confere: “cheguei a Lampacau, que é o ponto onde estamos, a esta Macau, que é outras seis léguas mais avante…”. Esta carta escrita de Macau, conjuga-se e completa-se com a que escreveu o Pe. Belchior, de Macau, aos irmãos do Colégio de Goa, a 23 de Novembro de 1555, dizendo que esteve nas costas da China de Agosto de 1555 a 7 de Junho de 1556 e exerceu o seu apostolado entre os cerca de 300 portugueses que se encontravam então em Macau, e dando conta dos usos, costumes, governo, etc. da China, particularmente de Cantão, para onde teve de efectuar duas viagens, a fim de negociar a libertação de Mateus Brito, que ali se encontrava preso há 6 anos com mais 2 portugueses e 3 nativos cristãos, mediante o resgate de 1000 taéis, por cabeça. Tanto esta sua carta como a de Fernão Mendes Pinto, de 20 de Novembro de 1555, são datadas de Macau.

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Data de atualização: 2020/07/20