Ano 1637: o mais tardar nesta data, mas provavelmente podendo-se antecipar para 1628, o Pe. Álvaro Semedo, S.J., que entrou na China em 1613, escreve a obra Relação da Grande Monarquia da China. A obra (410 pp.) é tão bela e valiosa em termos documentais que dela foram feitas, logo no século XVII, edições várias (nenhuma em português). Na edição de 1643, parte II, Cap. I, diz ele que Macau era uma ilha rochosa apetecida e frequentada por piratas e bandidos que os chineses pediram aos valentes portugueses para limpar de malfeitores. Em troca ser-lhes-ia cedido o lugar para ali residirem. (Cfr. Semedo, Pe. Álvaro. Relação da Grande Monarquia da China. Roma 1643. Tradução do italiano por L. Gonzaga Gomes. Colecção Notícias de Macau. Macau, 1956, vol II., pp. 8 a 10). [A Fundação Macau reeditou a peça em 1994 e António Carmo fez uma recensão crítica na Revista Missionária Além-Mar, nº 427, Ano 40, Maio, 1995, p. 39]. O Pe. Álvaro Semedo, S.J., na sua Relação da Grande Monarquia da China, ed. da DSEJ/ F.M. de Macau, 1994, p. 43, assinala que a seda chinesa que melhor qualidade apresenta é a de Chekiam. O Pe. Gabriel de Magalhães, S.J., corrobora esta impressão, acrescentando como também boa produtora a província de Nanjing (V. Nova Relação da China – Trad. de versão em língua francesa por Luís Gonzaga Gomes a partir da ed. composta em 1688. Introdução de António Graça de Abreu, pp. 7 a 37. FM/DSEJ, Macau, 1997, p. 207). Ambas as obras originais são do séc. XVII, respectivamente 1637 e 1668. Mais tarde, já em época do chamado “China Trade”, são executadas, em guache sobre papel de arroz, as maravilhosas figurinhas chinesas nas diversas fases de produção do precioso tecido, desde a criação do bicho-de-seda, até à apresentação da peça para venda. Este desenrolar documental/ artístico está hoje à guarda do Museu de Macau. (Cfr. Revista de Cultura, nº 16, 2002, pp. 119 a 139). Data da conclusão da obra do Pe. Álvaro Semedo, S.J., Relação da Grande Monarquia da China, com uma primeira edição em castelhano, de 1642. Em 1616, por motivo da perseguição na China (Nanquim/Nanjing), foi exilado para Macau. Usando o nome chinês de Lui-Tâk-Chiu, voltou a missionar no Império do meio. (Cfr. Relação da Grande Monarquia da China, ed. da DSEJ/FM, pp. 13 a 16).

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Data de atualização: 2020/07/20