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Data de atualização: 2020/09/04
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O Hotel Bela Vista, que funciona desde 1999 como residência oficial do Cônsul de Portugal, foi o único hotel de Macau com projecção internacional, gozando de um estatuto idêntico ao de outros lendários hotéis na Ásia – Península (HongKong), Oriental (Banguecoque), Manila Hotel, Raffles (Singapura), etc. O Hotel foi inaugurado em 1890, numa moradia apalaçada na colina do Bom Parto, propriedade de William Edward Clark, um comandante de vapor da Hong Kong, Canton & Macao Steamer Co. Ltd., e de sua mulher, Catherine Hannack. Na altura, o novo estabelecimento denominava-se Boa Vista. Logo após a sua inauguração, e tendo como principal concorrente, no mercado ocidental, o Hing Kee, o Hotel Boa Vista hospeda clientes ilustres, como o Governador de Hong Kong, William Roberston (1892) ou os barões brasileiros do Ladário (1894). No último ano do século XIX, o Boa Vista é hipotecado à Hong Kong, Canton & Macao Steamer Co. Ltd. por 15 mil patacas. Em 1901, os franceses tentam comprar o Boa Vista para ali instalarem um sanatório para os seus colonos na Indochina. Os britânicos, presentes em Hong Kong, opõem-se, temendo uma tomada de Macau pela França, e o Boa Vista é, nesse ano, expropriado pelo Governo que o vende de seguida à Santa Casa da Misericórdia por 80 mil patacas. Em 1909, Auguste Vernon aluga o hotel pela renda de 250 patacas mensais, mas, quatro anos depois adoece e é substituído na gerência por George Albert Watkins. Este terá problemas com a polícia quando instala uma roleta clandestina no Boa Vista. Decadente e com pouca clientela, o Boa Vista deixa de ser hotel em 1917, quando ali é instalado o Liceu de Macau. Fazem parte do corpo docente os professores Camilo Pessanha, José da Costa Nunes, Silva Mendes, Fernando Lara Reis, entre outros, enquanto que entre os alunos se incluem nomes que se tornarão famosos – Joaquim e Henrique Paço d’Arcos, Adolfo Jorge, Luís Gonzaga Gomes. O Liceu passa para um edifício na Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida e o Governo volta a comprar o Boa Vista, desta vez por 82.585.00 patacas. Na cidade, abrem-se novos hotéis, modernos e de maior qualidade, que fazem esquecer o velho Boa Vista. Em 1932, o Governo vende o edifício a Iong Pat, por 55 mil patacas, mas a actividade hoteleira é suspensa dois anos depois quando o Governo britânico aluga o Boa Vista para alojamento dos seus cadetes. Em 1936, de novo hotel, surge pela primeira vez a denominação que o tornará famoso: Bela Vista. Em plena guerra sino-japonesa, e meses antes da invasão de Hong Kong pelos nipónicos, a Caixa Económica Postal compra o Bela Vista em 1941, num prenúncio do destino que vai ter durante os anos que se seguem – centro de acolhimento para os refugiados portugueses de Hong Kong. Nem mesmo o fim da Guerra devolve ao velho edifício a sua vocação hoteleira. Em 1946, o Bela Vista é alugado ao Governo britânico para alojamento dos militares da NAAFI. O Bela Vista regressa como hotel em 1948, quando é comprado pelas senhoras Kuoc Chi Chan, Chan Lok Fong e Ng Tong Ying. As duas primeiras residiam em Hong Kong e eram representadas por Ho Yin. Em 1967, Adrião Pinto Marques (conhecido como “Napoleão”) encarrega-se da gerência do hotel, identificando-o com a cultura portuguesa e colocando de novo o Bela Vista no roteiro dos míticos hotéis da Ásia. Durante a sua gerência, prosseguida a partir de 1985 pelo seu filho, Adriano Pinto Marques, o Bela Vista recebe a visita de notáveis de todo o mundo. No entanto a sua decadência era visível e surgem os planos para a recuperação. Prestes a completar cem anos de actividade hoteleira, o Bela Vista é arrendado por 25 anos à Sociedade Excelsior Hotéis, que se compromete à sua renovação e exploração como hotel de luxo. Em 1992, completamente alterado no seu interior, mas mantendo a traça inconfundível, o Bela Vista abriu as suas portas. No ultimo ano da administração portuguesa, o velho hotel voltou afechar, desta vez para acolher a residência oficial do Cônsul de Portugal em Macau. [L.A.S.]Bibliografia: LÉVY, Bernard-Henry, Impressions d’Asie, (Paris:1985); SÁ, Luis Andrade de, A História na Bagagem, Crónicas do Velhos Hotéis de Macau, (Macau, 1989); Hotel Bela Vista, (Macau, 1992); TEIXEIRA, Padre Manuel, Bela Vista Hotel, (Macau, 1978).
Hotel Bela Vista
No dia 7 de Março de 1941, é inaugurado em Macau um arranha-céus: o Grande Hotel (Kuoc Chai), com 9 andares. O Hotel Central também tinha altura imponente, mas foi crescendo progressivamente enquanto o Grande Hotel teve logo os 9 andares, de raiz (e teria mais dois em fase posterior se não fosse a guerra do Pacífico). Foi um acontecimento tão importante que o Governador de Macau, em pessoa, e Sir Robert Ho Tung, deram a honra de ir cortar a fita. Sir Robert veio de Hong Kong num barco alugado expressamente para o efeito.
Inaugurado em Macau um arranha-céus: o Grande Hotel (Kuoc Chai)
No dia 23 de Dezembro de 1936, é reaberto o Hotel Boa-Vista, com a nova denominação de Hotel Bela-Vista. Ainda nesse ano, tinham sido ali feitos preparativos para a eventual recepção aos convidados que vinham assistir ao primeiro voo com escala em Macau dos hidroaviões da Pan Am (Cfr. Sá, Luís Andrade de – Hotel Bela Vista. Macau. Ed. Sociedade Bela Vista Lta., produção Livros do Oriente, Ltd., Macau, 1994.).
Reabertura do Hotel Boa-Vista
Tempo: | Após o estabelecimento da RPC em 1949 até 1999 |
1988 | |
Local: | Península de Macau-Freguesia de São Lourenço |
Hotel Bela Vista | |
Palavra-chave: | Hotel |
Fotografia: | Du Oi Wa |
Fonte: | Arquivo de Macau, documento n.ºMNL.01.11F.Icon |
Entidade de coleção: | Arquivo de Macau |
Fornecedor da digitalização: | Arquivo de Macau |
Tipo: | Imagem |
Fotografia | |
A cores | |
Formato das informações digitais: | TIF, 2000x1456, 8.34MB |
Identificador: | p0005470 |
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