No dia 5 de Julho de 1685, tomou posse da Capitania e Governo de Macau o macaense António de Mesquita Pimentel, que foi Capitão-Mor da Viagem de Manila em 1663, Vereador do Senado em 1678, e que era dono de uma estância na ilha da Lapa. Em 1646 o cargo coubera a um morador de Macau. Agora cabe a um natural de Macau, o que acontece pela primeira vez. Trata-se de um mercador influente no Estado da Índia. No seu governo ocorreu a 2.ª embaixada holandesa a Pequim que, como a 1.ª, não surtiu o efeito desejado. No, entanto, a VOC causava preocupação ao comércio de Macau. Um acontecimento inesperado deu novo fôlego ao entreposto português: a abertura de uma feitoria em Bornéu, autorizada pelo sultão. De novo a pimenta como produto-rei. Macau teria, no entanto, que se subordinar aos poderes de Bornéu, Goa e Portugal e seria muito melhor se conseguisse ultrapassá-los e comerciar sozinho. Questões entre o Senado e o Vice- Rei da Índia, por causa das condições fiscais que este impunha. O Capitão-Mor Mesquita Pimentel governa até 1688. Em 1695 é nomeado Governador de Timor e Solor. Foi arguido de excessos e delitos cometidos nos governos de Macau e Timor. V. Governadores de Macau, Coordenação de Jorge Santos Alves e António Vasconcelos de Saldanha. Investigação e textos de Paulo Sousa Pinto, António Martins do Vale, Teresa Lopes da Silva e Alfredo Gomes Dias. Editora Livros do Oriente, Portugal, 2013, pp. 63-64.

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Data de atualização: 2019/10/14