No dia 29 de Novembro de 1817, foi instalada a Casa de Seguros de Macau que, devido ao seu poderio, era conhecida por Casa Forte. A sua primeira direcção, nomeada a 23 de Dezembro de 1817, ficou assim constituída: Presidente, o Barão de São José de Porto Alegre; Vogais, Francisco José de Paiva e João de Deus Castro; Tesoureiro e Vice-Presidente, o Conselheiro Manuel Pereira; Secretário, Bernardo Gomes de Lemos; e Agente em Calcutá, Francisco Mendes. Ascendia a 450.000 patacas o fundo social e o número de acções, que deveria ser de100, ficou apenas em 86. A sede da Casa de Seguros foi transferida em 1820 para Calcutá, constituindo-se uma nova sociedade com 171 accionistas. Devido aos desaires na Índia, principalmente a falência da Casa Barreto & Sons de Calcutá, a Casa de Seguros viu-se forçada a proceder a uma demorada liquidação, que durou até 1829. Ultimada a liquidação, os accionistas residentes em Calcutá receberam as suas partes. As quotas rateadas dos ausentes foram depositadas no Hongkong & Shanghai Banking Corporation de Calcutá; porém, como não foram levantadas, porque os seus donos entenderam não valer a pena empreender tão custosa viagem até Calcutá para este fim, visto que as acções não chegavam nessa ocasião para pagar as despesas da viagem, foram-se acumulando os juros até produzir a colossal quantia conhecida pelos “Milhões de Calcutá”, que ainda não foram levantados, pela impossibilidade de se reunirem todos os herdeiros dos accionistas, para intentarem uma acção para este fim. Cada acção foi avaliada, em 1920, em 1.200.000 rupias.

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Data de atualização: 2020/07/22