
Informações relevantes
Data de atualização: 2019/08/04
Surgimento e mudança da Ribeira Lin Kai de San Kio
Macau e a Rota da Seda: “Macau nos Mapas Antigos” Série de Conhecimentos (I)
Escravo Negro de Macau que Podia Viver no Fundo da Água
Que tipo de país é a China ? O que disseram os primeiros portugueses aqui chegados sobre a China, 1515
Data de atualização: 2019/08/04
Como exemplo de doces transportados nos grandes navios portugueses, Pedro Baeza, em 1600, refere-nos o melaço carregado em Macau para a viagem do Japão: “150 picos de Melaço, custando cada pico entregue em Macau 3 taéis. É vendido no Japão por 9 a 10 taéis, triplicando assim o capital”. A Ásia Sínica e Japónica refere-nos que em Macau se fazem muitos doces, nomeadamente de vários frutos, como das laranjas, e legumes como das “Cambalengas [ou camolenga, ou abóbora de água, em chinês Tong-kua (Donggua 冬 瓜), nomes científicos: Benincasa cerifera (Savi), ou Cuburbita pepo (Roxb)], destas usão ordinarimente para doces, porque tambem não faltão canaviaes de assucar neste Império”. Barbatanas de tubarão, são um outro produto muitíssimo apreciado na China, de tal forma que a sua importação e o seu comércio era bastante rentável em Macau. Era importado, nomeadamente, da Costa de Malabar para a China, sendo alvo dos relatórios mercantis, como o que D. Francisco Coutinho escreveu em 1779, “Relação do comércio em os diferente portos da Azia”. Nesta, o autor alerta para as melhores características que o produto deve ter, os principais portos de origem, e o preço segundo o tipo e qualidade da barbatana: a “asa de Tubarão que se compra em Talacheira, Cananor, Mangalor, em ser boa sendo lisa e gorda, e as barbatanas serem as pontas pretas, e pela parte interior brancas e lustrosas, e as melhores são as de lombo. Neste género se deve examinar, que seja limpo de carne, que ainda assim sempre quebra 10 a 10, 5%. Costuma custar ordinariamente o da 1.ª sorte 40 e 45 rupias o pico, o da 2.ª – 30 rupias e o da 3.ª – 20 rupias. A asa de tubarão de Mascate não presta por ser branca, e a asa da Tintureira não presta e não a querem”. Os ninhos de pássaros, normalmente de andorinha, são uma secreção estomacal rica em restos de mariscos, que a andorinha marítima previamente deglutira. Chamado pelos chineses de Yanwo 燕窩, eram classificados em três diferentes classes, segundo o seu grau de pureza e o seu local de origem, e naturalmente eram vendidos com preços diferentes. Entre 1589 e 1615, as taxas alfandegárias cobradas às mercadorias importadas pela província do Fujian 福建 foram registadas no livro Dongxiyang kao 東西洋考, da autoria de Chang Hsieh’s (Zhang Xie 張燮), publicado em 1617. Segundo esta fonte histórica, as taxas (pagas em prata) por cada 100 jin 斤 de ninhos eram as seguintes: os de categoria superior, pagaram 50g de prata (1 liang 兩) no ano de 1589 e 43, 2g (8 qian 錢 6 fen 分 e 4 li 釐) no ano de 1615; os de nível médio pagaram, em 1589, 7 qian 錢 (35g) e no ano de 1615, 6 qian 錢 e 5 fen 分 (32, 5g); os ninhos de qualidade inferior pagaram em 1589 a taxa de 2 qian 錢 (10g) e no ano de 1615 pagaram 1 qian 錢 e 7 fen 分 e 3 li 分 (8, 65g). Os ninhos eram provenientes de Jiaozhi, Champa, Camboja, Patane, Pahang, Malaca, Johor e Achém. Os navios portugueses também participavam neste comércio inter-regional asiático. Foi um produto muito conceituado e que entrava na ementa dos chineses com poder de compra, pois era importado e o seu valor era sempre elevado, para além de ser utilizado como produto de efeitos terapêuticos no tratamento da tosse e catarro. Ainda hoje os verdadeiros ninhos são muito apreciados e muito dispendiosos. Para finalizar, pensamos ser pertinente referir o exemplo da ementa de uma típica refeição chinesa, de cerimónia (quando se recebia uma visita especial), em Macau, na passagem do século XIX para o XX, para percebermos como se interligavam esses alimentos à mesa. Assim, passamos a descrever o “menu authentico d’um jantar que há poucos anos, foi oferecido ao […] secretário-geral, que era então do governo de Macau, […] dr. Manuel Paes de Sande e Castro”, oferecido por um negociante chinês, e apresentado na revista Ta-Ssi-Yang-Kuo (Daxiyangguo 大 西洋國): Começou o jantar com: quatro pratos frios (Si-lang-fan [Silenghun 四冷葷]) – costeletas em molho de sutate (Pui-kuat [Paigu 排骨]), ovos de pata salgados (Pi-tan [Pidan 皮蛋]), camarão salmourado (Chou-mi [Zaowei 糟味]) e conservas azedas (Pi-há [Pixia 皮蝦]); 4 frutas passadas (Si-keng-Kuo [Sijingguo 四京果]) – uvas (Tai-tsi [Tizi 提子]), trate (Lintsi [Lianzi 蓮子]), amêndoas (Hang-ien [Xingren 杏 仁]) e pevides (Hung-kua [Honggua 紅瓜]); 4 frutas frescas (Si-sang-kuo [Sishengguo 四生果]) – laranjas (Tim-ch’ang [Tiancheng 甜橙]), pêras (Sut-li [Xueli 雪 梨]), carambolas (Young-t’on [Yangtao 洋桃]) e tangerinas (Tim-cam [Tiangan 甜柑]); 6 pratos quentes (Loc-nguit-sec [Liushushi 六熟食]): guisado de pombos sem ossos (Pac-cap-pin [Baigepian 白鴿片]), codorniz picada com presunto (Am-chon-song [Anchunsong 鵪鶉崧]), pele de pé de pato recheada com presunto e carne de galinha (Chan-hap-cheong [Chaoyazhang 炒鴨掌]), manduco guizado com presunto (Tin-cai-toi [Tianjitui 田雞腿]), céu de porco com presunto (Vong-han-tin-tai [Wanghoutianti 王喉天 梯]) e gelatina de fungos com carne de galinha (Su-ngi [Yu’er 榆耳]); bolos, salgados e doces de farinha (Aamtim- lim-sam [Xiantiandianxin 鹹甜點心]); 11 pratos grandes (Kan-tai-un [Jiudawan 九大碗]) – gelatina de galinha com asa de peixe (Kai-iung-u-chi [Jirongyuchi 雞容魚翅]), ninho de pássaro com presunto (In-vo [Yanwo 燕窩]), bicho-de-mar (Hoi-sam [Haishen 海參]), bucho de peixe (Iu-tu [Yudu 魚肚), pato com recheio de cevadinha e carne de porco e presunto (Chun-hap [Quanya 全鴨]), cágado mole (Ton-samsoi [Dunshanrui 燉山瑞]), galinha cozida (Yun-iongkai [Yuanyangji 鴛鴦雞]), cogumelos (Tong-ku [Donggu 冬茹]), porco gordo assado (Kau-ioc [Kourou 扣肉]), bolos de farinha com com carne de porco gordo (Ho-ip-kun [Heyejuan 荷葉卷]) e caldo de galinha com ovos (Tan-fu-tong [Danhuatang 蛋花湯]); quatro pratos para arroz (Sin-fan-choi [Sifancai 四飯 菜]) – pato salgado (Lap-hap [Laya 臘鴨]), chouriços (Fung-cheong [Fengchang 風腸]), ovos salgados (Hamtan [Xiandan 鹹蛋]) e ervas cozidas (Chiang-choi [Qingcai 青菜]); 4 tipos de temperos (Si-Mei-tip [Siweidie 四味碟]) – semente de mostrada (kai-lat [Jiela 芥辣]), sutate branco (Pac-yao [Baiyou 白油]), manteiga de porco (Chu-yao [Zhuyou 珠油]) e vinagre preto (Chut-chu [Zhecu 折醋]); por fim, quatro “Adubos” (Ku-iut [Guyue 古月]) – pimenta (Au-chufan [Hujiaofen 胡椒粉]), molho de pó de feijão (Tim chiong [Tianjiang甜醬]), vinho de ameixas (Chengmui- chao [Qingmeijiu 青梅酒]) e vinho aguardentado (Fan chão [Fenjiu 汾酒]). [R.D’Á.L.] Bibliografia: BARBOSA, Duarte, Livro do que Viu e Ouviu Duarte de Barbosa no Oriente, (Lisboa, 1989); BOXER, Charles R., O Grande Navio de Amacau, (Macau, 1988); CHAUDHURI, K. N., The Trading World of Asia and the English East Indian Company, 1660-1760, (Cambridge, 1978); CORTESÃO, Armando (ed.), A Suma Oriental de Tomé Pires e o Livro de Francisco Rodrigues, (Coimbra, 1978); DERMIGNY, Louis, Le Commerce a Canton au XVIIIe Siècle, 1719-1833, 4 vols., (Paris, 1964); D’INTINO, Raffaella (ed.). Enformação das Cousas da China (Lisboa, 1989); FELNER, Rodrigo José de Lima, Subsídios para a História da Índia Portugueza, (Lisboa, 1868); FERRÃO, José E. Mendes, A Aventura das Plantas e os Descobrimentos Portugueses, (Lisboa, 1992); GERNET, Jacques, Le Monde Chinois, (Paris, 1972); GREENBERG, Michael, British Trade and the Opening China, 1800-1842, (Cambridge, 1951); HSU, Immanuel C. 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Outros Produtos Alimentares
Nos séculos XVI e XVII, o vinho chinês das províncias do sul era obtido, normalmente, pela fermentação do arroz, noutras regiões era feito a partir da cevada ou de frutos. O jesuíta Álvaro Semedo refere: “Não fazem com elas [as uvas] vinho, senão com a cevada e arroz, nas regiões do norte, onde fazem- no ainda com maçãs, e com arroz só nas do sul, se bem que este arroz não seja o comum, mas de uma certa espécie, que somente serve para fabricar o licor, preparado de diversas formas […]. O vinho comum do povo, se bem que embriaga, é de pouco vigor e duração. Fazem-no todo o ano, mas o melhor só no Inverno. É agradabilíssimo à vista, por sua cor; para o olfacto pelo seu cheiro; para o paladar, pelo seu gosto”. Semedo refere o facto de a sociedade chinesa ser mais tolerante para os ébrios, ao dizer que o vinho era tomado em todas as “ocasiões de grande entusiasmo, nas quais não faltam ébrios, mas sem o duro tributo da vergonha, porque não o puseram em tal consideração. No Verão e no Inverno bebem-no sempre quente”. Para Gaspar da Cruz o vinho da China “é melhor que em todas as partes da Índia”. Quanto ao vinho feito a partir das uvas, como na Europa, ele começou a ser produzido em algumas residências jesuítas na China, como na de Shanxi, sendo considerado de boa qualidade e inclusive distribuído “se prepara não somente o bastante para as missas como enviam-no ainda o suficiente para as residências [jesuítas] mais vizinhas”, como escreve Semedo. O alcoól foi um dos monopólios estatais (juntamente com o sal e o chá), possuindo uma rede de funcionários próprios responsáveis pela cobrança dos respectivos direitos. No catálogo dos produtos chineses apresentados na Exposição internacional de Paris, de 1878, encontram-se referenciadas as bebidas “aguardentes de sorgo, de arroz, de laranja, de assucar; vinhos de sorgo (com gosto de rosa, de limão ou de artemisia), amarelo de milho, de arroz (colorido ou não com ervilhas verdes ou pretas) principalmente da oryza glutinosa, e com ou sem melaço; cerveja de milho entre outras”, segundo referência colhida na revista Ta-Ssi-Yang-Kuo (Daxiyangguo 大西 洋國). Mas nem só de bebidas chinesas a cidade de Macau se abastece. De Portugal, via Goa, como escrevia Pedro de Baeza, são importadas “150 a 200 pipas de vinho, e cerca de outras 6 pipas de azeite, azeitonas e alcaparras. É espantoso ver como isto se vende tão barato em Macau, vendo que é trazido de Espanha para Goa, e dai para a China, uma distância de mais de mil léguas. O que mais me surpreendeu foi ver que um quarto de vinho vale um real, que é mais ou menos o que vale em Lisboa. Uma botija de azeite a 8 ou 10 reais, ou 12 no máximo, é o que vale em Macau, quando vem de Espanha a 5, 6 ou 8 pesos a talha, contando 8 reais por cada peso, e um quartilho de vinho por 4 reais é baratíssimo. Os portugueses dizem que só querem garantir o capital para investir na China, que o seu lucro provém deste investimento. […] Uma pipa de vinho em Goa vale geralmente cerca de 40 ou 50 cruzados, e os vinhos finos de muita boa qualidade cerca de 95, mas estes últimos não vão para a China. Os do primeiro preço indicado vendem-se em Macau por 80 ou 90 cruzados a pipa”. O vinagre, na China, era preparado a partir dos cereais como o arroz, a cevada ou o milho, ou de frutas: “Fazem vinagre da mesma forma que o vinho e, nas províncias ocidentais, com o milho, sendo picante e de bom sabor”, como escreve Semedo. O chá é a bebida tradicional chinesa de acompanhamento das refeições e de recepção dos convidados em qualquer casa, e que se obtém a partir das folhas da planta Camellia sinensis. O chá é conhecido, no Ocidente, sob dois nomes diferentes, de sonoridade semelhante, por um lado o Chá, e por outro o Té. Os países de língua oficial portuguesa e os próprios Árabes utilizam o vocábulo Chá (ou um seu similar), em virtude de terem sido os Portugueses, na Época Moderna, os primeiros europeus a entrarem em contacto e a divulgarem o uso desta bebida chinesa. E como os Portugueses se estabeleceram em Macau, na província de Guangdong 廣東, o nome que ouviram chamar a esta bebida foi em Cantonense, que utiliza o nome de “Tchá (Cha 茶)”. O vocábulo “Té (Cha 茶)” (ou de sonoridade similar) foi difundido pelos Holandeses e Ingleses, que o apreenderam nos seus contactos mercantis com a província do Fujian 福建, onde o dialecto Minnanhua 閩南話, pronuncia aquela bebida com uma sonoridade similar a “Té”. Em 1569, Gaspar da Cruz refere que “Qualquer pessoa ou pessoas que chegam a qualquer casa de homem limpo tem por costume oferecerem lhe em uma bandeja galante huma porcelana ou tantas quantas sam as pessoas, com huma agoa morna a que chamam cha”. Por ser muito distinta das bebidas dos europeus e portugueses, foi descrita com surpresa por viajantes portugueses, como Álvaro Semedo, que nos descreve a sua preparação: “Secam-na sob o fogo em tachos de ferro, onde se encorpa. Há muitos modos de a preparar, para a variar, sendo as folhas que ficam em cima superiores em finura às outras. […] Assim seca, lança-se na água quente, tomando cor, aroma e sabor, desagradável à primeira vez, mas com o uso, torna-se agradável, sendo frequente na China e no Japão, onde não somente serve de bebida vulgar, em lugar da água, como de regalo para os hóspedes, nas visitas, tal como o vinho nas bandas do norte”. O padre Semedo sugere, inclusive, efeitos benéficos do chá como o de evitar o surgimento da pedra nos rins: “Na realidade é saudável não sendo conhecido na China e Japão o mal da pedra nem tão pouco o conhecem de nome, donde se pode inferir ser preservativo para tal mal o uso desta bebida”. Por outro lado, não deixa de referir o seu efeito estimulante: “É igualmente certo que liberta, eficazmente, a opressão do sono a quem deseje velar, ou por necessidade ou por gosto, pois que abatendo os vapores, aligeira a cabeça sem moléstia alguma”. Os portugueses, mais uma vez, foram responsáveis por dar a conhecer e difundir o chá na Europa. O chá só foi introduzido na Holanda cerca de 1610, e como uma bebida muito dispendiosa, que os ricos mercadores gostavam de beber como tónico medicinal (estomáquico) e, mais tarde, na segunda metade do século XVII, como forma de ostentação do estatuto social de riqueza. Ainda em 1650, foi receitado por Théodore Zwinger e Johann Waldschmidt aos governantes como forma de preservar a sua saúde. Os Ingleses passaram a consumir o chá como moda imitando a corte, onde a filha do rei de Portugal, Catarina de Bragança, havia difundido esse hábito, em 1661, após o seu casamento com o rei de Inglaterra. As primeiras importações in glesas de chá, directamente da Ásia, só ocorreram em 1669-70, tendo-o comprado aos Portugueses. Em 1779, D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho informa- nos das seguintes variedades de chás, que os navios portugueses deveriam trazer da China: “santo, sechin, tonhag, bohe, canfu, hyson, pico cholan, gobin, souchong e hoching e o chá chamado verde”. O chá, pela sua importância, foi um dos produtoschave para as relações com os povos mongóis nas fronteiras do norte. A China trocava o chá (sal e têxteis) pelos ansiados cavalos das estepes, que iam guarnecer o seu exército. O papel essencial do chá é revelado pelo facto de os locais determinados onde se realizavam essas trocas passarem a ser conhecidos por “mercados de chá e cavalos”. Em vários períodos históricos, o chá foi um monopólio estatal, contudo, no início do século XVI, cerca de 60 % do comércio naqueles mercados era conduzido por mercadores privados. O imposto sobre o chá estava regulado oficialmente pelo Ministério do Rendimento (Hupu [Hubu 戶部]), tendo rendido ao estado, no final do século XVIII, aproximadamente 70 mil taéis. Cerca de 1775, sabemos que o chá em caixa a bullis pagava 12% de direitos na alfândega de Macau, e em fardo a 18%. A plantação do cházeiro, durante o século XVIII, sofreu uma rápida expansão, pela bacia do rio Yangzi 揚子 e pelas províncias meridionais e litorais da China, como no Fujian e no Zhejiang 浙江, de forma a dar resposta à crescente procura europeia. A exportação de chá, por via marítima, passa de 2, 6 milhões de libras inglesas, em 1762, para 23, 3 milhões no final desse século. O chá vai ser um dos principais produtos a corporizar a revolução mercantil dos séculos XVIII-XIX, na qual a East India Compagny inglesa assume um papel dominante. De bebida exótica, o chá transforma-se, no século XIX, na bebida nacional inglesa, de forma que o consumo por cabeça foi aumentando, de 5 pounds em 1860, 6 pounds em 1880, chegando a quase 11 pounds per capita cerca de 1920. Até ao primeiro quartel do século XIX, a quase totalidade do chá consumido pelos Ingleses era importado da China. Em território português, o chá teria sido introduzido nos Açores, de onde, em 1801, o governador conde de Almada terá enviado da cidade de Angra para Lisboa “dois caixotes com estas plantas ao príncipe Regente D. João VI a seu Pedido”. No Brasil, a plantação do chá teria sido desenvolvida em 1814, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com a ajuda de uma equipe de plantadores chineses, e sob iniciativa régia de D. João VI. O chá teve uma difusão em vários estados do Brasil, e a sua qualidade foi reconhecida pela Exposição Internacional de Viena de 1878, como o de segunda qualidade a nível mundial, logo após o da China, e conseguindo ficar qualificado antes do de origem japonesa.
Bebidas
Tempo: | Época da República entre 1911 e 1949 |
1925-1941 | |
Palavra-chave: | Alimentos |
Criança | |
Mulher |
Fotografia: | Catela, José Neves |
Fonte: | José Neves Catela, Macau Memórias Reveladas, Museu de Arte de Macau, 2001, p.50. ISBN 99937-29-26-4 |
Proprietário actual: | Fundação Macau |
Local de depósito: | Museu de Arte de Macau |
Fornecedor da digitalização: | Fundação Macau |
Idioma: | Chinês |
Inglês | |
Português | |
Tipo: | Fotografia |
Preto e branco | |
Formato das informações digitais: | TIF, 4203x2962, 35.63MB |
Identificador: | p0000022 |
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